O maior levantamento do potencial eólico offshore no Brasil está em curso com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e foi um dos destaques registrados na reportagem “Ventania de Investimentos”, do jornal Valor Econômico.
A publicação, disponível no portal do veículo e na “Revista Valor Setorial Energia”, retrata a nova escalada de investimentos prevista para o país na esteira da atividade e que a produção offshore, com a futura instalação de aerogeradores no mar, poderá elevar em 3,6 vezes a capacidade total de geração brasileira nos próximos anos.
Rodrigo Mello, diretor do SENAI do Rio Grande do Norte e do ISI-ER, aponta no texto – a partir dos estudos que o Instituto está desenvolvendo – para a relevância de descobertas já realizadas na Margem Equatorial.
“Os primeiros dados trazem uma perspectiva de bons recursos eólicos a partir do Piauí, em direção a regiões mais ao norte, até o Amapá”, diz ele. A previsão é que os resultados do projeto sejam divulgados na 30º Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).
A reportagem também traz como fontes Élbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Lucas Araripe, diretor-executivo da Casa dos Ventos, Sergio Fonseca, diretor de Desenvolvimento de Negócios da CTG Brasil, Raul Gil Bononat, CEO na América Latina da Prysmian, de cabos submarinos, e Renato Machado Monaro, professor da Universidade de São Paulo (USP).
SAIBA MAIS – Levantamento
O levantamento do ISI-ER na Margem Equatorial Brasileira é realizado por meio de convênio com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e abrange 38,6% do litoral do país. Seis pontos de medição distribuídos do Rio Grande do Norte ao Amapá fornecerão subsídios para o estudo.
O Instituto concluiu em abril a instalação da rede de monitoramento. Equipes nas áreas de engenharia, geografia, geologia, oceanografia, meteorologia, além de eletricistas, tecnólogos e técnicos em eletrotécnica e mecânica participam.
O mapeamento é o maior com foco em energia eólica offshore, no Brasil. As medições do projeto tiveram início em 2022, no Rio Grande do Norte – estado que lidera a produção brasileira de energia eólica em terra e uma das zonas de investimentos potenciais também no offshore, com 14 projetos à espera de licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A ideia do mapeamento surgiu em 2020, após 13 dos 16 municípios do Amapá sofrerem um apagão de 22 dias, no que foi considerado o maior blecaute da história do país. Como fruto de articulações dos senadores da República Davi Alcolumbre (Amapá), Marcio Bittar (Acre), e do, à época senador do Rio Grande do Norte, e, atualmente, presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, um convênio para o desenvolvimento da iniciativa foi firmado entre o MCTI e o ISI-ER, responsável pela execução do trabalho.
SOBRE O ISI-ER
O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo combustíveis avançados e hidrogênio verde.
Faz parte da maior rede privada de institutos de pesquisa, desenvolvimento e inovação criada no Brasil para atender as demandas da indústria, composta por 27 Institutos SENAI de Inovação.
A Rede tem como foco a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Desde que foi criada, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em projetos de PD&I, com produtos ou processos entregues aos clientes.
O ISI-ER está em operação no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, desde 2018. Herdou integralmente atividades de pesquisa aplicada realizadas pelo SENAI-RN, que desde 2002 atua nesse campo e na prestação de serviços para os setores de gás e energia.
Na sua trajetória, tem construído caminhos que contribuem para o progresso tecnológico do país e a sustentabilidade, com o avanço das energias renováveis e de inovações necessárias para a transição energética.
Pesquisadores/as que integram a equipe do Instituto foram pioneiros/as em estudos, com medições, sobre o offshore brasileiro, desenvolveram projetos como o novo Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte e estão à frente do mais abrangente mapeamento em desenvolvimento no Brasil para identificar o potencial de geração de energia eólica com turbinas implantadas no mar, em convênio com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Texto: Renata Moura
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