Mesmo diante de um cenário de desemprego e perda de postos de trabalho em todas as regiões do país, sete em cada 10 ex-alunos de cursos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) estão empregados.
Para os cursos da graduação tecnológica, o percentual de ocupação chega a 81,3%. As áreas Automotiva, de Refrigeração e Climatização, Mineração, Energia, Automação e Mecatrônica e Metalmecânica tiveram maior empregabilidade.
Os dados constam na Pesquisa de Acompanhamento de Egressos 2019/2021. O questionário foi aplicado entre 1º de abril de 2020 e 30 de março de 2021 com 49.520 ex-alunos – 64,8% têm entre 14 e 24 anos.
Também foram ouvidas 2.371 empresas contratantes: 91,8% afirmam dar preferência aos formandos do SENAI no momento da contratação. O nível de satisfação se estende aos estudantes: 97,7% dos egressos de cursos técnicos e 96,1% da graduação tecnológica indicam o SENAI.
“Nós temos um sistema de excelência, com impactos sociais e econômicos excepcionais. O Brasil tem taxas recordes de desemprego, que chegam a 29,8% entre os jovens de 18 e 24 anos, e o SENAI continua oferecendo uma formação que desenvolve no aluno as competências técnicas e comportamentais procuradas pelo mercado, proporcionando assim a sua empregabilidade”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
Uma das iniciativas para aproximar as empresas dos alunos é a plataforma Contrate-me. Para o diretor de RH da Pirelli, Giusepe Giorgi, a principal vantagem é poder dar visibilidade às vagas para alunos do SENAI. “Além de ser um volume grande de pessoas, sabemos da qualidade da formação técnica que eles recebem. Isso ajuda bastante a atender os nossos pré-requisitos”, reconhece.
Outro benefício constatado na pesquisa é o incremento salarial. Ao comparar a renda média enquanto concluinte e depois de um ano, quando egresso, o técnico de nível médio teve um aumento de 22,7% na renda.
Um dado que chama atenção é a diferença entre a renda de egressos de cursos técnicos e da graduação tecnológica que atuam em suas áreas de formação e os que estão fora da área de formação: os que estão empregados na área têm um ganho de 22% na renda média mensal.
“O que reforça a importância da oferta de cursos estar alinhada à vocação econômica e às oportunidades de trabalho da região, trabalho que o SENAI realiza de maneira sistemática, com estudos prospectivos”, argumenta Rafael Lucchesi.
Foi o que aconteceu com o Wesley da Cruz Silva, 25 anos. Após concluir o ensino médio, em escola pública, ele entrou no programa de aprendizagem do SENAI e da Mercedes-Benz na área automotiva, na unidade de Juiz de Fora. O contrato de jovem aprendiz durou dois anos e, depois de nove meses, abriu uma vaga, ele passou no processo seletivo e voltou à empresa.
Em 2019, ele começou a fazer o curso técnico, pago pela Mercedes, mas, em razão de uma transferência para São Paulo, ele deu um tempo nos estudos, até iniciar o curso de tecnólogo em Logística, neste ano.
“Tive grandes oportunidades. Para mim, que não tinha muita base e estudo, foi uma grande vitória. O SENAI abriu um leque, hoje eu tenho um bom salário. E minha irmã, que fez Ebep, passou na federal, cursa Enfermagem”, conta Wesley.
O Ebep é o Programa de Educação Básica articulada com a Educação Profissional (EBEP), modelo que concilia o Ensino Médio no SESI com o curso técnico no SENAI.
A pesquisa de acompanhamento dos egressos é realizada anualmente desde 1999. Os ex-alunos são contatados após seis meses da conclusão do curso com o objetivo de traçar sua trajetória laboral e conhecer os benefícios e as dificuldades depois da formação. Para os egressos que estão trabalhando na área do curso, é realizada a terceira e última fase do acompanhamento, junto às empresas absorvedoras.
Por: Amanda Maia
Infografia: Juliana Bezerra
Foto: José Paulo Lacerda
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