O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Rio Grande do Norte (SENAI-RN), por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), formalizou à Organização das Nações Unidas (ONU) o pedido de adesão ao Pacto Global de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.
O Pacto advoga “Dez Princípios universais”, derivados da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.
As organizações que aderem à iniciativa comprometem-se a seguir esses princípios no dia a dia de suas operações.
A carta com o pedido de adesão foi remetida ao Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, no dia 16 de maio. Nesta terça-feira (24), a ONU confirmou as boas vindas à submissão e que a análise terá duração estimada de seis meses a um ano.
No documento em que oficializa o pedido, o diretor regional do SENAI-RN, do ISI-ER e do CTGAS-ER, Rodrigo Mello, frisa o empenho da equipe em implementar e dar continuidade a ações imbuídas desses princípios. “O objetivo é trabalhar para que o Pacto Global e seus princípios mantenham-se inequivocamente incorporados a nossa cultura, às estratégias que desenvolvemos e a todas as nossas operações cotidianas”, escreveu ele.
Em 2020, o Pacto Global foi considerado, pelas empresas que atuam no Brasil, a principal iniciativa de sustentabilidade corporativa do País – segundo levantamento realizado pela Época Negócios. “O SENAI-RN se compromete a não só incorporar, mas também a promover os 10 princípios do Pacto Global, por meio das diversas atividades que desenvolve nos campos da educação profissional, da pesquisa aplicada, da sustentabilidade e do desenvolvimento de tecnologias, serviços e inovação voltados às indústrias de energias renováveis e do gás”, acrescentou Rodrigo Mello.
Ações
Atividades alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que buscam, em linhas gerais, acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, fomentar a educação de qualidade, a produção responsável, o trabalho decente, o crescimento econômico e combater as mudanças climáticas, têm se intensificado em várias frentes na instituição.
A busca pela igualdade de gênero na educação profissional e no mercado de trabalho – em campos em que os homens ainda predominam – é um dos focos das investidas e os projetos realizados na área foram destaques no encontro “Abordagens da cooperação Brasil – Alemanha na inserção de mulheres”, em apresentação da assessora de mercado e projetos do SENAI-RN, Amora Vieira – que lidera estratégias no CTGAS-ER para promover a diversidade na instituição e em cursos como os de energias renováveis.
O encontro foi promovido dentro do Programa SENAI de Ações Inclusivas, do Departamento Nacional do SENAI, e reuniu profissionais da educação do SENAI em todo o Brasil. O CTGAS-ER e a Cooperação Técnica Alemã, GIZ, que atuam em parceria em iniciativas ligadas ao desenvolvimento sustentável e à igualdade de gênero, apresentaram ações na área como instituições convidadas.
O CTGAS-ER é um dos cinco Centros de Educação e Tecnologias do SENAI no Rio Grande do Norte e referência nacional em formação de profissionais para as indústrias de energias renováveis.
Ao menos cinco empresas brasileiras e transnacionais do setor procuraram o Centro desde 2021 em busca de soluções específicas de educação na área. A demanda principal é por formação de turmas exclusivas para mulheres ou turmas mistas em que elas sejam especialmente incentivadas a participar.
Projetos com outras empresas do setor, com propósitos parecidos, estão atualmente em negociação ou em curso. Um deles, com a Neoenergia Cosern, tem qualificado mulheres e homens para a profissão e, neste ano, deverá formar a primeira turma exclusivamente de eletricistas mulheres no estado.
O CTGAS-ER também está neste momento trabalhando em um diagnóstico específico sobre a presença feminina nos cursos que realiza. A expectativa é que os resultados contribuam para a elaboração de estratégias do Centro e promovam igualdade de oportunidades para todas as pessoas – nesse caso específico, por meio do incentivo à participação de meninas e mulheres em cursos de qualificação, incluindo os de energia.
“O Rio Grande do Norte tem um potencial imenso para energias renováveis. O interior está bombando de investimentos, de empreendimentos, de homens e mulheres ávidos por oportunidades de qualificação profissional, com sonhos de ingressar profissionalmente em alguma empresa”, disse Amora Vieira na apresentação que fez durante o encontro.
“Como o Senai pode ser um elo entre as empresas que nos procuram e esse público, saindo daquele foco de que os cursos para mulheres são apenas de fabricação de bolo e costura, por exemplo?”, refletiu ela. As mulheres, ressaltou a assessora, podem fazer os cursos e exercerem as profissões que desejarem, mas muitas vezes deixam de apostar em áreas como a construção civil e a energia, em que há mais homens em campo.
A intensificação de discussões com a alemã GIZ sobre ações para estimular a presença de meninas e mulheres em profissões tecnológicas, o lançamento de uma nova campanha sobre cursos técnicos, com ênfase em igualdade de gênero, a inserção dos ODS na pauta da Jornada pedagógica deste ano – evento que tem como objetivo o planejamento das atividades do Centro para 2022, além de discussões sobre melhorias no processo de ensino-aprendizagem e nas rotinas de trabalho – estão entre as ações apresentadas por ela. A participação em discussões nacionais sobre o tema também foi citada pela assessora.
Em 2021, o CTGAS-ER e o ISI-ER também promoveram a live “Indústria, energias renováveis e os objetivos que podem transformar o mundo”, com a PNUD, agência líder da ONU para o desenvolvimento e apoiadora de interessados na implementação dos ODS.
Anticorrupção
Com relação a ações anticorrupção, o SENAI e o SESI no Rio Grande do Norte foram inseridos no rol de 147 organizações do Brasil com menor exposição a riscos de fraude e corrupção. A avaliação, realizada de forma conjunta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), confere às duas instituições, na prática, uma classificação conhecida como “selo verde”, que indica a presença de sistemas de proteção que as tornam menos suscetíveis a esse tipo de ocorrência.
As duas instituições estão inseridas no Programa de Compliance implantado em 2021 pelo Sistema FIERN. Os objetivos do Programa são prevenir, detectar e remediar riscos, garantir uma conformidade completa, o cumprimento de normas e procedimentos, internos e externos, sejam eles fiscais, ambientais ou tributários, além do estabelecimento de parcerias éticas, com os setores público e privado, incluindo fornecedores.
*Com informações do Pacto Global
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