O diretor do SENAI do Rio Grande do Norte, Rodrigo Mello, apresentou nesta quinta-feira (27) ao Conselho Regional da instituição os detalhes da missão internacional que irá promover, entre 28 de abril e 6 de maio, com a Federação das Indústrias (FIERN), para o Reino Unido.

 

O objetivo da viagem é conferir, in loco, a operação de parques eólicos offshore – instalados no mar -, prospectar oportunidades de negócios para o estado e mostrar o potencial brasileiro, e o potiguar, na área, de olho em possíveis parcerias com empresas e instituições britânicas.

 

O Reino Unido é líder do setor eólico offshore na Europa e a expectativa é que a experiência do país seja uma das inspirações para os caminhos que o Brasil e o Rio Grande do Norte começam a trilhar nessa nova fronteira de investimentos no setor de energia.

 

Representantes de 20 empresas e organizações potiguares participam da programação no país europeu. 

 

“Em que pese essa cadeia ser liderada por gigantes, há muitas oportunidades para micro e pequenas empresas e essa Missão tem a lógica de levar empresas do segmento do RN para encontrar as empresas do Reino Unido, que já estão operando nesta cadeia, para que daqui a quatro, cinco anos não tenhamos na implantação dos parques offshore brasileiros apenas fornecedores de fora”, disse Mello. 

 

O Rio Grande do Norte, ressaltou ele, “tem recurso eólico invejável para o mundo, em termos de volume e qualidade”, mas a contribuição que tem a oferecer não se restringe ao vento. 

 

O presidente do Sistema FIERN e do Conselho Regional do SENAI-RN, Amaro Sales de Araújo, observou que “o potencial de geração de energia do estado parece um sonho”, dada a magnitude já comprovada em estudos, e que o cenário para investimentos na área se mostra promissor. 

 

Desafios

A Missão ocorre em um momento em que investimentos na área já são realidade na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos, e que, em território brasileiro, começam a despontar no horizonte também como oportunidades. Há, no Brasil, a intensificação de estudos e um processo de regulamentação em curso para início da implantação dos primeiros complexos. Cerca de 74 empreendimentos previstos para a costa estão, atualmente, à espera de licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A maior parte da potência está concentrada no Nordeste.

 

Sales chamou a atenção, entretanto, para os desafios que aparecem para o Rio Grande do Norte nesse contexto. “Eu me animo com os números do Rio Grande do Norte e o estado está repleto de oportunidades, mas temos que continuar a luta por segurança jurídica, pelo fortalecimento das empresas, pela construção de um porto para atender a essa nova indústria e pela concretização dos projetos em desenvolvimento”, exemplificou ele. 

 

O grupo que embarca para o Reino Unido, disse Sales, segue para a Missão “com a cabeça empresarial”, de visualizar e fazer negócios, e com desafios que envolvem os caminhos para transformar tanta energia em oportunidades reais de crescimento para o estado. 

 

O presidente Amaro Sales será representado na programação pelo diretor Roberto Serquiz, que também é o presidente eleito da FIERN e assumirá o mandato em outubro deste ano. 

 

Representantes do Serviço Social da Indústria (SESI-RN), do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE-RN) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema), além de empresas potiguares que atuam em segmentos como construção civil, montagem de torres eólicas, engenharia, telecomunicações, consultoria em meio ambiente, alimentos e bebidas, portos, logística, transporte e apoio marítimo, integram o grupo na viagem. 

 

A comitiva passará pelas cidades de Manchester, Newcastle, Hull e Londres. Visitas a centros de inovação, a instalações eólicas offshore, à infraestrutura portuária da região e participação na conferência “Offshore Wind Connections” fazem parte do roteiro.

 

Resultados

As informações foram divulgadas, nesta quinta-feira (27), durante a terceira reunião do Conselho Regional do SENAI-RN,  em 2023, ocasião em que também foram apresentados os resultados da instituição referentes ao primeiro trimestre do ano.

 

Na área de educação profissional, os dados mostram que os índices foram superados, com a realização de 7.311 matrículas em cursos profissionalizantes diversos.

 

Os serviços relacionados a Soluções de Tecnologia e Inovação oferecidos ao mercado seguiram em ascensão recorde, com 1.278 atendimentos – três vezes mais que o projetado para os três primeiros meses do ano. Foram atendidas 335 empresas, mais que o dobro do esperado, em áreas como metrologia, Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação.

 

Atividades desenvolvidas pela instituição alcançaram mais da metade (57%) dos municípios do Rio Grande do Norte e também foram além das fronteiras do estado.

 

Destaques

O diretor destacou uma série de negociações e eventos que envolveram a área de energia e a atuação do SENAI-RN, parte delas com interlocutores de fora.

 

A lista inclui discussões sobre potenciais parcerias para descarbonização da indústria, com o maior SENAI do Brasil, o de São Paulo, projetos de energias renováveis com a Federação das Indústrias de Alagoas, a apresentação de desafios e oportunidades para o hidrogênio no Brasil, em evento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a realização do H2Tech, Fórum Internacional de hidrogênio renovável, que reuniu especialistas do Brasil e da Alemanha em Natal para tratar de questões relacionadas a hidrogênio, transição energética e redução das emissões de gases do efeito estufa.

 

 

O trimestre também foi marcado pelo aniversário de 21 anos do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) e por um reconhecimento nacional a uma iniciativa do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis: A recomendação do Ministério da Educação e da Agência de cooperação alemã GIZ para que escolas do Brasil usem em sala de aula a revista em quadrinhos “Superliga contra nuvens de gás” – desenvolvida pelo Instituto – entre os materiais de referência para o ensino de questões relacionadas à transição energética e equidade de gênero.

 

Fora do setor de energia, Mello chamou a atenção para a participação do SENAI Moda na Feira do Empreendedor do SEBRAE, para a realização do desfile de encerramento de uma nova turma do curso de Estilo e para um fashion talk promovido em Natal com o diretor de criação Jum Nakao.

 

No setor de vestuário, foi apresentada no período uma amostra dos resultados do projeto que busca impulsionar a qualidade da produção das pequenas oficinas de costura que atuam no programa Pró-Sertão, na região Seridó do estado. Houve ainda menção a atividades ligadas ao curso de logística realizado em Mossoró e à formação profissional em um novo processo produtivo na área de construção civil também executada pela unidade do município.

 

O Conselho Regional do SENAI-RN é formado por representantes da indústria, dos trabalhadores da indústria, do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Previdência. 

 

SOBRE O SENAI
O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para soluções que estão em desenvolvimento – em parceria com a Alemanha – para educação profissional com foco em hidrogênio verde. A atuação se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade – e do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG).