Resultados de estudos e ações de educação profissional do SENAI do Rio Grande do Norte que ajudam a impulsionar o setor de energias renováveis – potencializando inovações, competitividade, qualificação profissional e oportunidades de emprego na área – foram apresentados nesta segunda-feira (18) em Natal, durante reunião da Comissão Temática de Energias Renováveis da Federação das Indústrias do Estado (FIERN), COERE, na Casa da Indústria.
A Comissão reúne instituições locais e nacionais, distribuídas em grupos de trabalhos com membros de diversos segmentos relacionados ao setor. Na agenda de debates são abordados temas como educação, infraestrutura e logística, questões ambientais, financiamento, mercado, inovação, tecnologia, aspectos regulatórios e políticas públicas, inseridas na chamada “Agenda Mínima” – cujo objetivo é transformar discussões nessas áreas em ações e projetos efetivos para o desenvolvimento do mercado potiguar.
Projetos estratégicos liderados pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), sediado no Rio Grande do Norte e principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) em energia eólica, solar e sustentabilidade, foram detalhados ao grupo na reunião desta segunda.
A pesquisadora do Instituto, Mariana Torres, mostrou, por exemplo, como o Atlas Eólico e Solar do estado, elaborado pelo ISI, em convênio com o governo do estado, aumentou a confiabilidade de informações para o setor e “buscou preencher o vazio de dados solarimétricos do Rio Grande do Norte” – líder nacional em geração de energia eólica e 5º maior do Nordeste em potência instalada na geração distribuída, na energia solar .
O Atlas aponta onde estão as melhores áreas no estado para energia eólica e solar. Traz textos, mapas e outras imagens com informações inéditas sobre o potencial do estado e regiões mais promissoras para investimentos em terra, no mar e, no caso da energia solar, também em lagos, açudes e barragens monitorados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). É o primeiro levantamento com dados disponibilizados ao público sobre o offshore no Rio Grande do Norte. E também o primeiro Atlas de energia solar do estado.
O documento foi lançado em dezembro de 2022 e é parte de um projeto mais amplo, que também incluiu o desenvolvimento de uma plataforma online (http://atlaseolicosolarn.com.br/), já no ar, com abastecimento contínuo de informações coletadas por torres e estações meteorológicas instaladas em campo, além de outras disponibilizadas por bases de dados oficiais, públicas.
Infraestrutura
Outro trabalho recente do ISI – a “Avaliação de estratégias locacionais para o desenvolvimento de infraestruturas de transmissão de energia no suporte ao setor eólico offshore do estado do Rio Grande do Norte”, concretizado por meio de convênio com o governo do estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) – foi detalhado pelo também pesquisador do Instituto, Raniere Rodrigues.
Pioneiro no Brasil, o estudo aponta as 11 melhores áreas para o desenvolvimento de infraestruturas que irão escoar a energia eólica offshore do Rio Grande do Norte – a “energia dos ventos” que será gerada a partir de futuras turbinas instaladas no mar. “Com esses resultados técnicos, o governo pode utilizar as informações para priorizar o que será trabalhado inicialmente e o que será preservado”, disse o pesquisador.
O mapeamento mostra aproximadamente 59,7 km de trechos no litoral com viabilidade para implantação de cabos submarinos e linhas de transmissão para levar a energia produzida ao consumidor. O trabalho traz subsídios inéditos para o planejamento da infraestrutura no país e a prevenção de novos desencontros entre geração e transmissão de energia. Episódios do tipo já foram registrados no Brasil.
“Não adianta ter os parques em operação sem a capacidade de escoamento da energia”, disse Rodrigues. Os principais resultados estão disponíveis em uma plataforma online (https://webmapisi-er.onrender.com/), onde também é possível fazer o download do conteúdo completo.
As áreas apontadas como mais promissoras para implantação da infraestrutura de escoamento da energia no Rio Grande do Norte, segundo o ISI-ER, demandarão outros estudos e análises por parte do Estado para seleção de quais, entre elas, seriam as zonas prioritárias de investimentos. As informações, segundo os pesquisadores, também são consideradas chaves para o desenvolvimento de políticas públicas, para futuras análises de licenciamento e investimentos do setor.
Educação
Na área de educação, a diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, Amora Vieira, falou à Comissão sobre a construção de projetos customizados para o setor de energia eólica no estado e a repercussão, nacional e internacional, de ações da instituição realizadas na área.
“O caminho é simples e bem sucedido”, disse a executiva, detalhando que o trabalho começa com a identificação do perfil socioeconômico dos municípios, para responder quem é a população envolvida e que tipo de entrega deve ser feita para a comunidade em que vive. Mapeamentos da infraestrutura da área, a realização de processo seletivo local e o desenvolvimento de programas de capacitação se somam à estratégia.
As entregas são idealizadas de acordo com a particularidade de cada empresa. A diretora listou uma série de projetos que interiorizam a educação profissional e estimulam mais inclusão e aumento de participação de grupos da população sub-representados na atividade, a exemplo das mulheres.
Fez, ainda, um balanço da participação do SENAI-RN no Brazil Windpower, maior evento de energia eólica da América Latina, encerrado na quinta-feira (14) passada em São Paulo.
Texto e fotos: Renata Moura
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