A diretora do Centro de Tecnologias em Gás Natural e Energias Renováveis (CTGAS-ER), Amora Vieira, e a pesquisadora do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) Fabíola Correia representam o SENAI-RN no Hydrogen Expo South America, no Rio de Janeiro. O evento, que começou nesta terça (20) e segue até esta quarta-feira (21), tem como objetivo debater tecnologias, equipamentos e soluções para a cadeia produtiva do hidrogênio e da descarbonização.
Amora e Fabíola participaram do seminário Pesquisa de Ponta e Inovação em Hidrogênio Verde, promovido pelo Projeto H2Brasil, da Cooperação Técnica Alemã para o desenvolvimento sustentável (na sigla alemã GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit), dentro da programação do Hydrogen Expo.
O objetivo do seminário foi de apresentar e discutir as atividades que o Projeto H2Brasil tem apoiado no âmbito da pesquisa científica e inovação com o uso de Hidrogênio Verde (H2V). Foram apresentadas pesquisas relacionadas à produção, armazenamento e transporte, à aplicação do H2V e à sua utilização para a produção de combustíveis sintéticos.
“O evento trouxe um panorama de pesquisas voltadas para o hidrogênio verde conectando instituições de pesquisa e universidades”, explica Amora. “Os pesquisadores puderam mostrar suas perspectivas nessa área e, principalmente, as pesquisas desenvolvidas e as rotas que estão sendo implementadas. No ISI-ER, por exemplo, temos pesquisas bastante avançadas para a produção de combustível sustentável para aviação”, acrescenta a diretora do CTGAS-ER.
Com sede em Natal, no Rio Grande do Norte, o CTGAS-ER atua com foco nos eixos de educação profissional, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços para o suporte tecnológico à indústria de gás natural e energias renováveis em todo o país. Para isso, o Centro conta com a reconhecida experiência do SENAI em educação profissional e prestação de serviços e a expertise no desenvolvimento tecnológico, com forte atuação no setor de energia.
Já Fabíola comenta que o evento trouxe “pessoas que já trabalham e fazem acontecer” para tratar de várias abordagens temáticas do H2V. “Discutimos diversos aspectos, desde rotas tecnológicas até a segurança do H2. Além disso, está sendo importante conhecer novas empresas e formar novas parcerias no intuito de aumentar essa cadeia que é tão importante para desenvolvimento sustentável do nosso país e promover a descarbonização necessária para o mundo”, declara a pesquisadora.
Ela participou do segundo painel do seminário, ao lado de Daiana Martinez, gerente de Engenharia da Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), e de Christian Alonso, professor do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (IQ/UFG). O painel tratou dos projetos em desenvolvimento e perspectivas futura para o H2V e combustíveis de aviação.
ISI-ER desenvolve pesquisas para produção de combustíveis sustentáveis de aviação
A pesquisadora do ISI-ER coordena o projeto de produção de combustível sustentável de aviação (representados pela sigla SAF, do inglês Sustainable Aviation Fuel) em desenvolvimento no ISI-ER, em Natal. O projeto acontece por meio de parceria entre o SENAI e a GIZ, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e participação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O SAF desenvolvido pelo ISI-ER em parceria com a agência alemã GIZ tem a versatilidade para ser utilizado nas aeronaves atuais, sem necessidade de mudanças em motores e demais estruturas mecânicas. “É um combustível drop-in, ou seja, tem a molécula exatamente igual à do petróleo, mas não tem o contaminante que tem no petróleo e a emissão de carbono proveniente disso. Então, é possível usar esse combustível em qualquer aeronave sem precisar alterar motores, estruturas de abastecimento ou infraestrutura de transporte e armazenamento”, afirma Fabíola.
A intenção das pesquisas é criar alternativas sustentáveis para os combustíveis fósseis, com foco na redução das emissões de carbono na atmosfera.
“As mudanças climáticas drásticas estão diretamente relacionadas ao efeito estufa, que não é ruim, mas quando em excesso é extremamente prejudicial e causa esse descontrole climático. Um dos principais fatores que desencadeiam o desequilíbrio no efeito estufa é a queima de combustíveis fósseis e uma solução para isso é justamente o combustível sustentável”, ela explica.
“Hoje, a aviação participa com pouco mais de 2% na emissão de carbono na atmosfera, com tendência de chegar a 10% em poucos anos. Por isso a indústria da aviação tem uma grande demanda por biocombustíveis que promovam a descarbonização do setor”, aponta a pesquisadora.
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