Após a apresentação de dados inéditos para o setor eólico offshore e o maior mapeamento eólico do país (veja aqui) feito pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, frisou que o “Rio Grande do Norte vai ter o ambiente de geração de energia offshore mais competitivo do mundo”. A afirmação foi feita durante entrevista coletiva concedida à imprensa local e nacional, de forma híbrida, nesta sexta-feira (16), na Casa da Indústria, sede da FIERN, que reuniu também o presidente da FIERN< Amaro Sales de Araújo, o diretor regional do SENAI-RN, Rodrigo Mello, e o diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim.
“É um novo momento com a energia offshore e um território mais desafiador”, disse em referência ao que chamou de “nova era econômica” para o Brasil a partir do RN e do seu pioneirismo no setor energético.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales de Araújo, pontua que o mundo tem olhado para o Rio Grande do Norte devido ao potencial em energias e em outros segmentos econômicos. “Ano passado, o SENAI recebeu 52 delegações internacionais. O mundo está vendo o Rio Grande do Norte como uma plataforma de oportunidades”, afirmou Amaro Sales.
A indústria, na avaliação de Amaro, entende que esse momento é único para atrair novos investimentos para o estado e alavancar a economia. “A indústria do estado quer receber o benefício desse momento. Na hora que tem uma indústria com energia mais barata, ela fica mais competitiva. Por isso, temos que aproveitar o potencial e a força da energia”, declarou o presidente da FIERN. Amaro Sales também citou o trabalho feito pelo MAIS RN, núcleo de pensamento e planejamento estratégico contínuo da FIERN, em que são trabalhadas plataformas de informação junto ao Observatório Nacional da Indústria. “É a busca em dar informação aos investidores, às pessoas que querem tornar o estado mais competitivo”, frisou.
Foto: Humberto Sales/Ágil Fotografia
Já o diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, destaca que o evento realizado nesta sexta (16) foi um momento para apresentar um programa importante para o Brasil na geração de energia. “Ele vai mapear toda área equatorial brasileira do Oiapoque a Fernando de Noronha”, citou.
A apresentação do “Mapa do Recurso Eólico Offshore na Margem Equatorial” faz parte da programação em alusão ao aniversário de dois anos do ISI-ER, comemorados oficialmente na quinta-feira (15, e também integra a programação dos 70 anos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, instituição a qual o ISI-ER é vinculado.
Acompanhado do diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, Jean Paul Prates comentou ainda que estas “são medições tecnicamente respaldadas e críveis aos investidores e técnicos que vão definir os novos parques marítimos”.
Jean Paul enalteceu a parceria entre a Petrobras e o SENAI e ressaltou que projetar o futuro nesse campo das energias junto ao SENAI-RN está pautado em três pontos. “É uma parceria que já foi bem sucedida e tem tudo para ser ainda melhor”, disse. “É estar fundamentado na pesquisa, dados e legislação”, concluiu.
Custo da energia e incremento na economia
Durante entrevista coletiva, o presidente da Petrobras foi questionado como as energias renováveis podem impactar no valor pago no consumo de energia elétrica. Jean Paul Prates argumentou que o crescimento das energias renováveis evita o aumento do custo da energia para a população em geral. “É um tipo de geração de energia menos cara do que outros”, disse. “Temos energia mais barata do que seria sem eólica e sem solar no Nordeste”, completou o presidente da Petrobras.
Por sua vez, o diretor do SENAI-RN explicou que a capacidade instalada de produção de energia elétrica é de 210 GW. “Dos quais, 50 GW já é oriundo de eólica e solar. Eu estou falando que 25% de tudo que é ofertado e chega à sua casa é dessa energia [renovável]”, disse.
Foto: Humberto Sales/Ágil Fotografia
Rodrigo Mello trouxe outro aspecto do investimento no setor de energias renováveis: o econômico. Como exemplo, lembrou de um estudo do MAIS RN mostrando o impacto ocorrido na última década nas 10 primeiras cidades que receberam investimento em energia eólica onshore. “Esses municípios tiveram o PIB (Produto Interno Bruto) ampliado em 20%”, destacou.
Ele citou as oportunidades de trabalhar no setor elétrico que surgem quando empresas resolvem se instalar nas cidades. “Há essa necessidade de mão de obra sem falar que o dinheiro ‘gira’ na economia daquela cidade”, comentou.
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