Projetos e marco regulatório de eólicas offshore avançam e tornam 2025 ano chave, diz SENAI-RN

13/12/2024   18h03

Segundo Rodrigo Mello, diretor da instituição, 2025 será “um ano de tomada de decisões e de ações cruciais” para o desenvolvimento da nova fronteira

 

O número de projetos e o marco regulatório da energia eólica offshore avançaram nesta semana, no Brasil, desenhando para 2025 “um ano de tomada de decisões e de ações cruciais” para o desenvolvimento da nova fronteira. A análise é do diretor do SENAI-RN, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI, Rodrigo Mello. 

 

“Em 2024, nós vimos um vivo interesse mantido pelas grandes empresas no Brasil. O setor tem recursos para investir, tem demanda pela energia e precisa do ambiente regulado, do ambiente legal para tomar suas decisões. Então o marco regulatório e a regulamentação posterior darão o tom dos investimentos”, disse ele.

 

Dados divulgados na última terça-feira (10) pelo Ibama mostram que o país alcançou a marca de 244,56 Gigawatts (GW) em projetos cadastrados para licenciamento ambiental no órgão. 

 

O número representa mais de 7 vezes o total instalado em parques eólicos em terra – na casa dos 33 GW. Também significa 10,33 GW a mais em relação aos 234,23 GW registrados para o offshore até abril deste ano.

 

Da potência total prevista, a maior parte (47,04%) é voltada à região Nordeste, puxada pelos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. A região Sul aparece em seguida, com 32,59% dos Gigawatts programados pelo setor. Outros 20,37% são estimados para o Sudeste. 

 

Os números mostram a adição de novos projetos nos estados do Ceará, do Piauí, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

 

 

Marco

O substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 576/2021, aprovado nesta semana pelo Plenário do Senado, segue para sanção presidencial e ainda há possibilidade de vetos. 

 

Proposto pelo então senador Jean Paul Prates (PT), o projeto autoriza a exploração de energia elétrica em futuros complexos no mar. 

 

O texto, originalmente, regulava apenas a exploração de energia offshore. Mas o substitutivo aprovado pelos deputados — e confirmado quinta-feira (12) pelo Senado — acatou uma sugestão da Câmara dos Deputados que incluiu incentivos para a produção de energia gerada a partir do gás natural e do carvão mineral. 

 

SENAI prepara primeira pós-graduação na área e edital para planta-piloto em Areia Branca

 

Em meio às movimentações do mercado e ao avanço do marco legal do setor, a FAETI se prepara para lançar, em 2025, o primeiro curso de pós-graduação em energia eólica offshore, assim como um MBI focado em energia eólica. 

 

“Nós faremos o lançamento do MBI em parceria com a UniSENAI Santa Catarina. É um curso para quem trabalha no negócio e não necessariamente na área da engenharia do negócio. É o gestor, o presidente do Conselho, o advogado, o pessoal da comunicação, da TI (Tecnologia da Informação), enfim, o profissional que não trabalha diretamente com a tecnologia, mas que é fundamental para o desenvolvimento da cadeia”, diz Rodrigo Mello.

 

O lançamento de um “edital multiclientes” para empresas que queiram se engajar no projeto da primeira planta-piloto do Brasil para estudos voltados à energia eólica offshore também está programado para 2025. 

 

“O edital vai possibilitar a adesão de interessadas em formar o funding do projeto, ou seja, o investimento para viabilizar a planta-piloto”, acrescenta o diretor. 

 

O projeto, do SENAI, está à espera de licenciamento ambiental no Ibama. A planta-piloto de energia eólica offshore foi concebida pela instituição como unidade de pesquisa para nortear investimentos do setor, no mar, e prevenir impactos com a chegada dessa nova atividade industrial ao Brasil. 

 

Dois aerogeradores, com potência somada de 24,5 Megawatts (MW), são previstos. As máquinas deverão ser implantadas a 4,5 km de distância do Porto-Ilha de Areia Branca, principal ponto de escoamento do sal produzido no Brasil. A região é considerada rasa e, segundo estudos desenvolvidos pelo ISI-ER, está distante de recifes de coral e das tradicionais zonas de pesca.

 

Texto: Renata Moura

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