O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Rio Grande do Norte (SENAI-RN) encerrou o primeiro semestre do ano com resultados acima do esperado em matrículas de cursos profissionalizantes e atendimentos às empresas em tecnologia e inovação – um reflexo, segundo a instituição, de uma ebulição clara que se configura no mercado, puxada especialmente pelas indústrias de alimentos e bebidas, têxtil e de confecções, construção civil, energias, petróleo e gás.

 

Números que apontam para o cenário aquecido foram detalhados nesta quinta-feira (29) pelo diretor regional do SENAI-RN, Emerson da Cunha Batista, durante reunião do Conselho Regional para apresentação dos resultados do Semestre.

 

“Nós superamos as metas de matrículas do período em aprendizagem industrial básica, qualificação profissional e cursos técnicos de nível médio”, disse ele em referência aos diversos segmentos da indústria contemplados por cursos da instituição, ressaltando as modalidades de aperfeiçoamento / especialização profissional, aprendizagem industrial e qualificação profissional como destaques.

 

 

Energia

Dados do chamado “matriculômetro”, que atualiza diariamente estatísticas do SENAI relacionadas às matrículas, mostram que cursos voltados ao trabalho em parques eólicos avançaram 258,91% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado.

 

O resultado catapultou a área à vice-liderança no ranking das mais procuradas na modalidade aperfeiçoamento e especialização, atrás somente dos cursos relativos à segurança do trabalho.

 

Na área de segurança no trabalho, que assumiu a liderança no ranking de aperfeiçoamento e especialização no SENAI-RN este ano, a expansão nas matrículas foi da ordem de 148,38% e o resultado também foi influenciado pelo “efeito energias renováveis”, explica o Diretor Regional.

 

O Rio Grande do Norte é o estado brasileiro com a maior potência instalada e prevista para geração de energia eólica – e continua atraindo o interesse de grandes empresas. A liderança conquistada recentemente em mais um leilão de energia é, segundo o SENAI-RN, um termômetro de que os olhos da indústria sobre o estado continuam fortes e é natural, na análise da instituição, que o interesse por especialização para trabalhar no setor também siga aquecido.

 

Os números que mostram a demanda aquecida na área também retratam, entretanto, uma espécie de reflexo ‘pós-Covid”, uma vez que, em função da pandemia, houve flexibilização em exigências legais de treinamentos nas empresas – um movimento que acabou gerando uma demanda reprimida por cursos na área de segurança – e nesse momento esses treinamentos começam a ser retomados.

 

 

Otimismo

Durante a videoconferência para apresentação dos resultados, Emerson Batista comentou que o cenário favorável para educação profissional é quase generalizado, citando como exceção a modalidade de “aprendizagem industrial técnica”, ainda sob pressão da pandemia. “Há redução”, disse ele, “na quantidade de alunos encaminhados pelas empresas dentro do programa Jovem Aprendiz, uma vez que nem todas estão com a retomada das atividades normalizada”. “Mas nesse segundo semestre esperamos que os números evoluam consideravelmente”.

 

O presidente do Sistema FIERN e do Conselho Regional do SENAI-RN, Amaro Sales, também se mostrou otimista com o contexto. “A gente tem um momento em que a economia começa a reaquecer e os desafios para o SENAI, que tem como grande proposta atender as empresas nas suas necessidades, estão postos neste segundo semestre”, disse ele.

 

 

Serviços

Na área de soluções em tecnologia e inovação, em que oferece serviços técnicos especializados, consultorias em tecnologias, pesquisa, desenvolvimento, inovação, ensaios e calibração, por exemplo, a instituição superou em 40% as metas do primeiro semestre para atendimento às empresas – o que, segundo SENAI-RN, sugere um incremento claro de atividade das indústrias de energia e do gás, as grandes consumidoras desses serviços.

 

Os dados apresentados ao Conselho Regional do SENAI nesta quinta-feira mostram que 71% das empresas atendidas pela instituição no Rio Grande do Norte são indústrias e que os serviços de educação profissional e nas áreas de tecnologia e inovação que oferece já alcançam 138 municípios, o equivalente a 83% do território do estado.

 

Por setores, o de alimentos e bebidas é maioria entre os atendidos, seguido de indústrias têxteis e de confecções, de construção civil e de petróleo e gás. As microempresas representam o maior volume de clientes e as grandes – principalmente de energia, petróleo e gás – respondem pela maior geração de receitas.

 

SOBRE O SENAI

O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e também detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria na região. No Rio Grande do Norte, engloba cinco escolas: Centro de Educação e Tecnologias Flávio José Cavalcanti de Azevedo (Voltada ao setor da construção civil), Centro de Educação e Tecnologias Clóvis Motta (CETCM), com cursos para o trabalho nas indústria de alimentos, vestuário e moda, Centro de Educação e Tecnologias Ítalo Bologna (CETIB) com cursos profissionalizantes diversos para a indústria, Centro de Educação e Tecnologias Aluísio Bezerra (CETAB), com foco em vestuário, construção e outros, e CTGAS-ER, com foco nas áreas de energias renováveis e do gás.

 

A atuação no RN se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), principal referência do SENAI no Brasil para pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco principalmente em energia eólica e solar, e do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG), localizado em Mossoró.