O potencial offshore do Rio Grande do Norte e a criação do cluster naval no estado foram assuntos tratados na reunião nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro, da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) e a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), ligada à Marinha do Brasil.
O diretor-presidente da EMGEPRON, vice-almirante Edésio Teixeira Lima Júnior, afirmou que a geração de energia offshore vai movimentar uma cadeia de empregos. “É um momento muito importante de um assunto do desenvolvimento nacional”, disse.
Ele lembrou da visita que fez ao RN e das impressões obtidas. “Fiquei impressionado com o potencial e o tipo de trabalho desenvolvido no ISI [Instituto SENAI de Inovação]”, comentou.
Para o presidente da FIERN, Amaro Sales, o encontro foi importante para falar de oportunidades. “O Rio Grande do Norte é um pequeno estado do Nordeste, mas é o centro das atenções para o mundo”, declarou citando a visita do cônsul-geral da Holanda ao RN nesta semana (leia aqui).
Durante a reunião, o coordenador da Unidade de Negócios de Gestão e Eficiência Energética, Capitão de Mar e Guerra Raimundo Medeiros Filho, elogiou o “entusiasmo do presidente da FIERN” ao abordar os assuntos ligados à energia.
O coordenador disse que a ideia é colocar o RN como prioridade no Brasil no tocante ao hidrogênio verde e, em seguida, na eólica offshore. “É garantir logística, acelerar processos de concessões e definição da área de porto. Além disso, atrair parcerias para o cluster naval”, explicou.
Já o diretor regional do SENAI-RN, Rodrigo Mello, argumentou que a sociedade quer uma energia limpa e lembrou a oportunidade para o Brasil criar uma nova estrutura com novas oportunidades.
Mello destacou também os programas de transição energética realizados pelas grandes empresas no mundo. Ele fez uma explanação a respeito do trabalho desenvolvido no ISI e a importância disso para o desenvolvimento do setor energético no estado. “Está muito claro que o assunto cresceu e é a oportunidade que temos hoje”, disse.
Também participante da reunião, o superintendente da Economia do Mar na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do RJ, capitão de Mar e Guerra da Reserva, Márcio Pinheiro de Vasconcellos, explicou o que o Rio de Janeiro tem feito a respeito da energia eólica offshore. “Enxergo que é uma avalanche de oportunidades”, analisou.
Ele ressaltou a importância de se pensar em um marco legal para essa questão. “É a necessidade de planejamento espacial marinho. As atividades no mar precisam estar organizadas”, ponderou. Para o superintendente, o Nordeste não pode ficar para trás com todo o potencial que tem na questão energética.
Ainda na reunião, o presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN), Gabriel Calzavara, apresentou o projeto do Complexo Internacional Agroindustrial Pesqueiro Naval, que foi tema de evento realizado na FIERN em junho passado. (leia aqui)
Ele elencou a localização estratégica e os recursos disponíveis como fatores importantes para o desenvolvimento desse complexo no RN. “Demanda por pescado é a que mais cresce”, afirmou.
No encerramento, o presidente Amaro Sales elencou a energia e a pesca como “dois setores importantes da economia”. Além disso, ele ressaltou a necessidade em se construir uma base de debates como este realizado para que se possa pensar no futuro.
Participaram da reunião hoje o superintendente regional do SESI-RN, Juliano Martins, e o assessor da presidência, Ernani Bandeira.
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