A pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI) ouviu 2.007 brasileiros em abordagem domiciliar em dezembro de 2022. Os resultados são representativos da população com mais de 16 anos e a margem de erro é de 2 pontos percentuais. O material, que traz a percepção sobre a educação no Brasil, será divulgado em três etapas (1 – Novo Ensino Médio, 2 – Ensino Técnico e 3 – Evasão e prioridades).
Pesquisa SESI SENAI – Novo Ensino Médio – Educação e Opinião Pública.pdf (2,4 MB)
O novo ensino médio começou a ser implementado nas escolas públicas e privadas do país, no ano passado, de forma escalonada até 2024. Apesar de a população estar pouco informada sobre o modelo, mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes, incluindo a escolha dos itinerários e novo modelo de currículo. A possibilidade de o estudante fazer um curso técnico é aprovada por 9 em cada 10 pessoas.
A boa aceitação das mudanças vem acompanhada do fato de que o ensino médio é a segunda etapa escolar com pior avaliação no que diz respeito à qualidade. A alfabetização aparece em primeiro, com 20% dos entrevistados a avaliando como ruim ou péssima, seguida pelo ensino médio, com 14%. O ensino fundamental tem 13%; creches, 11%; ensino técnico e ensino superior, 8%; especialização/pós-graduação, 7%.
“A percepção da maior parte dos brasileiros converge com todas as avaliações do ensino médio. Temos um ensino de baixa qualidade, com altos índices de evasão e distorção idade série, que não engaja nem dialoga com os anseios da juventude e os desafios do século XXI. Mesmo pouco informada sobre a reforma do ensino médio, a sociedade concorda que as mudanças são necessárias”, observa o diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.
A última etapa da formação básica deve preparar os jovens para o início da trajetória profissional. Mas, para a maioria dos brasileiros, isso não tem acontecido: 57% acreditam que os estudantes concluem a educação básica pouco ou nada preparados para o ensino superior. Só 1 em cada 10 (13%) acha que o aluno sai bem preparado.
Quando a pergunta é se o ensino médio prepara para o mercado de trabalho, o índice se repete: 57% acham que prepara pouco ou nada, sendo que, entre os entrevistados com ensino superior, o percentual aumenta para 71%. Só 14% dos brasileiros – 4% de quem tem nível superior – avaliam que o estudante termina o 3º ano preparado para ingressar no mundo do trabalho.
Confira a sonora do diretor do SENAI e do SESI, Rafael Lucchesi:
A percepção de que o ensino médio não tem cumprido seu propósito e a avaliação positiva das principais mudanças previstas no novo modelo se desdobram em expectativas. Entre quem está muito informado ou informado sobre o novo ensino médio, 55% acreditam que o potencial para melhorar a formação do aluno é grande ou muito grande. Na população geral, esse índice é de 40%.
Além disso:
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) foram criados em 1942 e 1946, respectivamente, como uma rede nacional responsável por iniciativas de apoio ao setor industrial brasileiro na área de educação profissional e básica, inovação, tecnologia, saúde e segurança no trabalho. Integram essa rede ainda a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), as federações estaduais da indústria dos 26 Estados e do Distrito Federal, além de 1.280 Sindicatos Patronais Industriais.
Hoje o SESI conta com mais de 400 escolas e 200 mil alunos de ensino infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2018, a rede foi pioneira na implementação do novo ensino médio, em parceria com o SENAI. Desde então, já passaram pelo modelo mais de 50 mil alunos. Em 2022, foram 28.517 mil matrículas do 1º ao 3º do ano do novo ensino médio.
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