No Fórum de Energias Renováveis, especialistas explicam perfis que as empresas procuram

8/11/2022   18h13

 

Uma boa qualificação técnica é o principal requisito que as empresas de energias renováveis buscam em profissionais. Essa foi a principal ênfase da mesa-redonda “Profissões do Futuro: que profissionais a nova indústria do Brasil vai contratar e quais as implicações para a formação profissional”, na manhã desta terça-feira (8), no Fórum de Energias Renováveis, em Natal.

 

A discussão foi mediada pelo diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, que apontou que a cadeia produtiva das energias renováveis é vasta em oportunidades. “O setor é extremamente plural. As oportunidades para empregabilidade são muitas. Mesmo assim, é um setor de muita tecnologia embarcada, então exige ampla qualificação”, disse.

 

 

“Em cerca de 14 anos, os parques eólicos ficaram dez vezes mais tecnológicos, o que mostra que é um campo de desenvolvimento constante das tecnologias, o que requer essa qualificação e formação continuada dos profissionais que atuam na área”, frisou Rodrigo Mello.

 

O diretor do SENAI-RN também ressaltou a predominância de vagas na região Nordeste. “Normalmente, as oportunidades de emprego surgem em regiões com maior concentração de atividade econômica, como o Sudeste brasileiro. Porém, no caso das vagas para operação no campo das energias renováveis, 85% estão no Nordeste, porque é o local onde está a maior produção”, explicou.

 

Em seguida, a engenheira da GIZ Caroline Dutra apresentou o projeto “Profissionais do Futuro: competências para a economia verde” da companhia. Parceira do SENAI-RN na área de educação profissional e formação técnica, a GIZ é a agência de cooperação técnica do Governo Alemão e executa projetos focados em desenvolvimento sustentável em mais de 130 países. No Brasil, a agência tem projetos focados nas energias renováveis, na eficiência energética e na proteção e uso sustentável das florestas tropicais.

 

 

“As oportunidades vão desde perfis estruturantes, que tratam de regulação, políticas públicas e modelos de negócios, passando por atividades de tecnologia, que tratam de mobilidade elétrica e redes inteligentes de transmissão e distribuição, até aqueles que trabalham com o crescimento do mercado, financiamento e certificações e fabricação e venda de equipamentos”, detalhou Dutra.

 

A representante da GIZ ainda abordou o tema da diversidade de gênero no mercado de trabalho das energias renováveis, destacando que “as empresas estão ativamente procurando mulheres qualificadas, mas sobram vagas em diversas atividades das energias renováveis”. “Diante disso, a GIZ busca sempre mostrar às meninas e mulheres esse mundo de oportunidades nas energias renováveis. O próprio SENAI oferece formações muito alinhadas com o setor e suas demandas de profissionais”, completou.

 

Por fim, o instrutor líder da Maersk Training, Jorge Luiz dos Santos, falou sobre os principais profissionais que a indústria procura, também frisando a necessidade de qualificação para as oportunidades. Braço de treinamento da Maersk, maior empresa de navegação logística e de treinamentos profissionais para a indústria de energia eólica do mundo, a companhia instalou, no Hub de Inovação Tecnológica do SENAI, seu primeiro escritório de inovação no Brasil.

 

 

“As empresas estão buscando bastantes profissionais da engenharia de projetos, aqueles que vão planejar as atividades técnicas e operacionais das companhias”, destacou Santos. “Outras carreiras que se destacam são para especialistas em meio ambiente, climatologia, reparo e inspeção de blades e boroscopia industrial. São profissionais muito procurados devido às peculiaridades da cadeia produtiva, desde a instalação de parques eólicos e usinas solares até a manutenção dos equipamentos de geração”, acrescentou.

 

“Além da qualificação, outro requisito importante é a atenção aos processos e cuidados necessários do setor. Diante disso, as grandes empresas de eólica exigem formações da GWO [Global Wind Organization], que regulamenta os treinamentos básicos em segurança, além das Normas Regulatórias, as NRs brasileiras, específicas para o setor”, explicou.

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