A História em Quadrinhos (HQ) “Superliga contra nuvens de gás”, concebida pelo Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), foi recomendada pelo Ministério da Educação (MEC) e a agência pública de cooperação alemã GIZ como parte dos materiais selecionados para auxiliar escolas do Brasil a abordarem transição energética e descarbonização, em sala de aula – com estímulo à equidade de gênero e ao aumento da participação de meninas e mulheres no setor de energias renováveis.
A Revista do SENAI-RN, disponível à população com download gratuito, foi inserida na cartilha digital “Energia & Equidade de Gênero”, lançada nesta quarta-feira (29), em Brasília, e acessível no Portal da Indústria (Clique aqui para entrar na página).
De acordo com as instituições envolvidas, o conteúdo foi construído a partir do mapeamento das principais iniciativas desenvolvidas na área e traz opções para atividades dos ensinos fundamental, médio, técnico e superior.
“Igualdade de poderes”
O resultado é uma curadoria de materiais pedagógicos para o ensino de crianças, jovens e adultos nas temáticas de energia e equidade de gênero, com “o gibi publicado pelo SENAI-RN, em que super-heróis e super-heroínas, em igualdade de poderes, salvam o planeta com as energias limpas” citado entre os destaques.
A revista aparece no material como indicação para a educação básica, com foco nos ensinos Fundamental I e II, que, observa a publicação, “acontecem no período da vida em que formamos muitas das nossas compreensões sociais e culturais, percepções sobre a realidade e quais comportamentos acreditamos ser melhores ou corretos”.
“Por isso, nessa etapa reside um grande potencial de transformação para a equidade de gênero. Apresentar a existência das desigualdades e a possibilidade de transformá-las, por meio de ações, do diálogo e da reflexão, pode impulsionar crianças e suas famílias a serem agentes de mudança”, ressalta a apresentação do documento.
O diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, destacou a importância do reconhecimento e da iniciativa. “Ter um material produzido pela nossa equipe ganhando relevância nacional nesse contexto e saber que podemos contribuir também dessa maneira com a formação das novas gerações, é motivo de muito orgulho”, disse.
“E por que discutir o aumento da participação feminina nos setores em que não há igualdade de gênero? Porque é importante que a sociedade migre para um ambiente cada dia mais equilibrado em tudo entre homens e mulheres, entre jovens e maduros, entre tecnologias antigas e mais novas. Porque as desigualdades são decorrência de outro momento que a sociedade vivia. Porque equilíbrio e harmonia são as palavras hoje”, acrescentou ele.
A cartilha também reúne informações sobre iniciativas nacionais para as mulheres se conectarem em diversas temáticas e ainda sobre projetos como a ação coletiva “Interligadas”, que estimula compromissos com o tema em escolas, empresas e associações, tendo o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) do SENAI-RN como ponto de largada, no ano passado.
Além da revista do ISI-ER, estão incluídos no trabalho links para outros conteúdos que podem servir de apoio em sala de aula, como vídeos, jogos, podcasts, materiais didáticos e cursos desenvolvidos por instituições como Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Há ainda dicas para implementação de planos de aula e informações sobre redes e iniciativas engajadas na temática, que buscam impulsionar, conectar e apoiar mulheres nas áreas STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática) e contribuir para a superação das barreiras impostas à equidade de gênero nesses setores.
O lançamento ocorreu no primeiro Seminário de Planejamento Estratégico para Gestão da Diversidade, Equidade e Inclusão do Ministério de Minas e Energia (MME) e Entidades Vinculadas, promovido pelo Comitê Permanente para Questões de Gênero, Raça e Diversidade do Ministério de Minas e Energia (COGEMMEV). O evento também contou painéis de debates sobre desafios e oportunidades ligados ao tema e pode ser assistido online. Clique aqui para ver ou rever no YouTube.
“A iniciativa da cartilha pode ser transformadora na vida de meninas que poderão se ver como mulheres atuantes na área da ciência, isso é maravilhoso”, escreveu a economista da Itaipu Binacional, Simonne Brondani, no chat destinado à transmissão online do evento.
A cartilha é resultado de uma parceria entre o MME, o MEC, o SENAI e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, por meio do projeto Profissionais do Futuro, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e é implementado com recursos do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ, na sigla em alemão) da Alemanha.
De acordo com a GIZ, a iniciativa busca contribuir para a redução do desequilíbrio de gênero na área das energias renováveis. Atualmente, a participação feminina é de apenas 9% do total de pessoas matriculadas em cursos de formação técnica do setor. No mercado de trabalho, as mulheres também são minoria: 7% da força de trabalho nas áreas de engenharia e 4,7%, em cargos de gestão. “Nossa expectativa é alcançar 20% de mulheres sendo formadas nos cursos técnicos do país até 2024. Hoje o número está em 7%”, disse a assessora técnica em Energia da GIZ, Caroline Dutra. “É uma meta audaciosa porque estamos falando de mudar cultura, interesse, visão. Estamos falando de uma mudança estrutural”.
Revista transforma pesquisadores e pesquisadores em personagens para enfrentar gases do efeito estufa
Lançada originalmente em junho de 2022, a “Superliga contra nuvens de gás” transforma pesquisadores e pesquisadoras do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis em heróis e heroínas que se unem para enfrentar o descontrole do Dióxido de Carbono (CO2) – o mais abundante gás do efeito estufa – e as ameaças que as emissões descontroladas dele trazem ao planeta.
Considerado um dos grandes vilões do aquecimento global e das mudanças climáticas, o Dióxido de Carbono é simbolicamente representado por nuvens com olhos vermelhos e grande poder de impactar desde os oceanos, e a vida marinha, até a humanidade, em terra.
A inspiração para os/as personagens veio da equipe do ISI. Alexandre Torres Santos, pesquisador e doutor em ciências climáticas, aparece na história com o “poder do calor”. Antonio Medeiros, coordenador de P&D do ISI-ER e doutorando em Ciência e Engenharia de Materiais, é retratado com o poder do vento. Fabiola Correia, doutora em Ciências e Engenharia de Petróleo e Juan Ruiz, pesquisador líder do laboratório de sustentabilidade do ISI e doutor em química, detém o poder do Hidrogênio Verde (H2).
Mariana Torres, doutora em geografia, é ilustrada com o poder de mapear ameaças e oportunidades de intervenção. É ela quem distribui as missões para a Superliga ao redor do globo. Já Samira Azevedo, pesquisadora líder do laboratório de energia solar do Instituto e doutora em meteorologia, surge no roteiro com o poder do sol.
“Dentro da nossa estratégia de diversidade e igualdade de gênero, pensamos o roteiro de maneira que homens e mulheres tivessem o mesmo protagonismo na história”, observa a jornalista e assessora de comunicação do ISI-ER, Renata Moura, idealizadora da Revista e responsável pela coordenação e edição do conteúdo.
O trabalho foi desenvolvido em parceria com o premiado cartunista Rodrigo Brum (Roteiro, Edição e Cores) e participação de Nando Motta (Capa), Jeff Portela e Wanderline Freitas (Ilustrações).
O presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, destaca que “o propósito com esse trabalho é mostrar ao menos parte dos poderes que existem em nossas mãos neste momento, em que todos os esforços devem ser envidados para que a transição energética se torne realidade, com benefícios diretos para a população e o avanço dos negócios”. “Nos unimos a esses esforços fazendo do Instituto SENAI referência nacional em PD&I e grande aliado para que a indústria e o País, de forma global, atinjam metas que se mostram chaves para a geração atual e, obviamente, para as futuras gerações”, acrescenta ele.
A Revista está alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que buscam, entre outros avanços na sociedade, o fomento à educação de qualidade, a produção responsável, o crescimento econômico e o combate às mudanças climáticas.
O trabalho também se insere em estratégias do SENAI-RN relacionadas ao Pacto Global de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção, do qual é signatário desde o final de 2022. Fazem parte dos “Dez princípios universais” advogados pelo Pacto “apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais”, “incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis” e “desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental”.
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