ISI-ER formaliza acordo de cooperação com Universidade de Sherbrooke, do Canadá

11/11/2024   15h51

Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, com Bruna Vasconcelos, da Universidade de Sherbrooke, e Fabiola Correia, pesquisadora do ISI: Acordo amplia possibilidades de intercâmbio, facilita a construção de projetos e a geração de novas oportunidades em áreas como transformação de CO2 e combustíveis avançados

 

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e a Universidade de Sherbrooke, do Canadá, formalizaram um acordo de cooperação técnica e científica que abre – segundo as instituições envolvidas – perspectivas de trabalhos conjuntos e de busca por soluções em áreas como transformação de CO2 e combustíveis avançados. 

 

“O acordo amplia possibilidades de intercâmbio, facilita a construção de projetos e a geração de novas oportunidades”, diz o diretor do SENAI do Rio Grande do Norte e do ISI-ER, Rodrigo Mello. O objetivo, frisou ele, “é a aplicação ao ambiente industrial”.

 

A reunião que oficializou a parceria foi realizada na última sexta-feira (08) no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, complexo que sedia o Instituto SENAI. 

 

Com vigência inicial de cinco anos, o acordo prevê cooperação nas áreas de ensino e pesquisa, o que contempla trocas de informações técnicas e científicas, a realização de projetos de pesquisa e de eventos conjuntos, possíveis programas de ensino com a participação das duas instituições e intercâmbios para pesquisadores, professores e estudantes.

 

Pesquisa aplicada

“Nós fazemos pesquisa aplicada. Mais de 90% dos nossos projetos são em parceria com a  indústria, respondendo a demandas muito específicas, reais, que as empresas têm, tanto na parte de desenvolvimento de processo, quanto na parte do scale-up, para diminuir o risco de implementação das tecnologias nos parceiros industriais”, observa a diretora do Laboratoire des Technologies de la Biomasse da Universidade de Sherbrooke, Bruna Rego de Vasconcelos.

 

“Tanto o ISI quanto o nosso laboratório são muito focados em dar suporte à indústria, em desenvolver soluções que vão responder a problemas concretos do setor. Então, ao colocar esses dois grupos para trabalhar juntos, a gente pode avançar mais rápido no desenvolvimento dessas soluções e fazer com que elas cheguem mais rápido na indústria”, acrescentou, exemplificando, entre as “áreas chave” que enxerga nessa colaboração, as de síntese de combustíveis, de catálise e transformação de CO2, tanto na parte de captura como na parte de conversão para produção de combustíveis.

 

Fabíola Correia, pesquisadora do ISI-ER e coordenadora do projeto de desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação) no Instituto observa que, além da cooperação em áreas relacionadas ao desenvolvimento de combustíveis e de outros produtos químicos, a experiência da Universidade canadense ligada ao tratamento e utilização de resíduos – já forte no ISI –  agrega ainda mais aos trabalhos do Instituto.

 

“A gente agrega conhecimento para produção de combustíveis finais ou produtos petroquímicos. Esse conhecimento pode ser aplicado no desenvolvimento de SAF, de diesel e do e-metanol, por exemplo, que também vive uma demanda muito grande. Isso traz muitas possibilidades para apresentação de produtos de qualidade que atendam ao mercado”, complementa a pesquisadora.

 

Bruna Rego de Vasconcelos, da Universidade de Sherbrooke: Trabalho conjunto de grupos de pesquisa favorece o desenvolvimento de soluções para a indústria

 

Relacionamento

A aproximação entre o ISI-ER e a Universidade de Sherbrooke começou há aproximadamente dois anos. Desde então, laboratórios das instituições têm estreitado os laços e dois pesquisadores do Instituto –  Fabíola Correia e o pesquisador líder do Laboratório de Sustentabilidade, Juan Ruiz – foram recebidos no Canadá para realização de pós-doutorado.

 

“A visita de agora gera a formalização de um relacionamento que já existe e a perspectiva de crescimento desse relacionamento”, observa Rodrigo Mello. A expectativa é estabelecer objetivos de curto, médio e longo prazos que vão guiar a cooperação pelos próximos anos. 

 

“O acordo traz a estrutura administrativa que permite ir mais longe no desenvolvimento de tecnologias e na parceria entre os laboratórios. Cria essa estrutura oficial de cooperação necessária para podermos fazer projetos de pesquisa em parceria e ajuda também a estruturar o que vamos ver como cooperação”, frisa Bruna Rego de Vasconcelos. 

 

A Universidade de Sherbrooke está localizada na província de Quebec, no Canadá, e recebe mais de 32 mil estudantes de diversos países. No Laboratoire des Technologies de la Biomasse, um dos que integram a infraestrutura, a área de valorização do carbono é o foco e linhas de atuação incluem biomassa, biocombustíveis, desenvolvimento de métodos analíticos para caracterizar produtos que saem dos processos desenvolvidos pela unidade e eletrocombustíveis ( Power-to-X – a conversão de energias renováveis, proveniente de fontes como usinas eólicas, solares, hidrelétricas e geotérmicas, em uma ampla variedade de produtos finais, como combustíveis sintéticos).

 

“De forma geral, o laboratório trabalha com valorização do Carbono, que pode vir de biomassa, de pneu usado, de plástico, do CO2, metano, gás do efeito estufa de forma geral, uma das vias muito importantes no contexto da transição energética”, explica a diretora.

 

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), por sua vez, é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa aplicada, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) em energia eólica, solar e sustentabilidade. 

 

Pesquisas pioneiras sobre SAF e a primeira planta-piloto do país para produção do combustível são conduzidas pelo Instituto, sediado no Rio Grande do Norte. Um dos objetivos do trabalho é a produção de um querosene sintético renovável capaz de reduzir as emissões de gases do efeito estufa no transporte aéreo brasileiro, a partir de matéria prima renovável, como o CO2 (Dióxido de Carbono), o H2 verde (Hidrogênio Verde) e a glicerina. A produção se dá por meio de um processo químico denominado rota Fischer-Tropsch.

 

Texto e fotos: Renata Moura

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