ISI-ER discute soluções para eólicas offshore e energia solar em Fóruns regionais e nacionais

15/08/2024   10h23

Soluções para energia eólica offshore foram abordadas pelo coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do Instituto, Antonio Medeiros, no Fórum Nacional Eólico, em Brasília

 

Soluções para energia eólica offshore no Brasil nortearam, nesta quarta-feira (14), a participação do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) no Fórum Nacional Eólico. 

 

O assunto foi abordado pelo coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do Instituto, Antonio Medeiros, no painel “Energia Eólica Offshore”, que discutiu o Marco Regulatório para produção de energia no mar e analisou o processo para regulamentação do mercado, atualmente em andamento.

 

O trabalho que o SENAI-RN está fazendo é preparar todo o ambiente técnico, estudar as profissões necessárias e os gargalos para após a aprovação do marco regulatório poder contribuir ainda mais com o setor”, disse Medeiros.

 

Como potencializar a eólica offshore? Vai ajudar a indústria Naval? Vai promover capacitação e criação de profissões que ainda não existem no Brasil? Pode ajudar o mercado de hidrogênio? essas e outras questões foram destacadas pelo pesquisador durante o evento. 

 

Projetos liderados pelo ISI-ER, como o mais abrangente mapeamento eólico offshore do país – em curso na Margem Equatorial Brasileira – também foram apresentados por ele. “O mapeamento teve início em 2021 e fomentou a ideia de criação de uma planta-piloto de eólica offshore, no Rio Grande do Norte, para viabilizar o desenvolvimento de soluções brasileiras para a cadeia de suprimentos desse novo mercado, que deve iniciar suas atividades o mais breve possível”, acrescentou. 

 

O Fórum Nacional Eólico reuniu autoridades, líderes da indústria, e especialistas nesta semana, no Centro de Convenções de Brasília

 

Planta-piloto

O projeto da planta-piloto está à espera de licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, na semana passada, foi apresentado em Areia Branca, município potiguar a 330 km da capital, Natal, escolhido pelo SENAI como sede do empreendimento. 

 

De acordo com o projeto, dois aerogeradores serão instalados na planta-piloto do SENAI, para o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias: Energia vai abastecer o Porto-Ilha de Areia Branca, no Rio Grande do Norte

 

A planta-piloto é um sítio de testes, em condições reais de operação, para futuros aerogeradores que serão implantados no mar do Brasil. O projeto prevê a instalação de dois aerogeradores como unidades de pesquisa para nortear investimentos e prevenir impactos com a chegada dessa nova atividade industrial ao país. 

 

As máquinas têm potência somada de 24,5 Megawatts (MW) e serão implantadas a 4,5 km de distância do Porto-Ilha de Areia Branca, a uma profundidade de 7 a 8 metros no mar. A região é considerada rasa e, segundo estudos desenvolvidos pelo ISI-ER, está distante de recifes de coral e das tradicionais zonas de pesca.

 

Além de Medeiros, participaram do painel no Fórum Nacional Eólico o consultor técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Gustavo Ponte, o diretor de Inovação e Desenvolvimento da Ambientare, Michael Goulart, o diretor de Desenvolvimento de Negócios Brasil e América do Sul da Ocean Winds, Rafael Palhares, o diretor Brasil da Corio Generation, Ricardo de Luca, e, como moderador, o ex-Senador, ex-presidente da Petrobras e autor do PL 576/2021, que está em tramitação no Congresso Nacional, Jean Paul Prates.

 

O projeto visa promover um Marco Regulatório para o setor offshore brasileiro, possibilitando, segundo Prates, “uma nova frente de investimentos e expansão das energias renováveis em alto-mar”.

 

O Fórum foi realizado em Brasília, por meio de parceria entre a VIEX e o Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), com apoio da Frente Parlamentar de Energia Renovável e do INTÉ, Instituto Brasileiro de Transição Energética.

 

“Usinas Fotovoltaicas e Fator de Potência” são tema de palestra em evento sobre geração distribuída

 

A energia solar fotovoltaica também esteve no foco das discussões do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis no Fórum Regional de Geração Distribuída (Fórum GD Nordeste), realizado no Recife (PE), nos dias 7 e 8 de agosto. 

 

O pesquisador do ISI-ER, Hudson Resende, participou do evento no painel “O diferencial nas aplicações de tecnologias em usinas GD/FV”, abordando o tema “Usinas Fotovoltaicas e o Fator de Potência: Influência, avaliação e soluções”.

 

O pesquisador do ISI-ER, Hudson Resende, participou do painel “O diferencial nas aplicações de tecnologias em usinas GD/FV”

 

O fator de potência foi apresentado pelo pesquisador como “um conceito importante em qualquer sistema elétrico, incluindo usinas solares”. Na prática, o conceito se refere a um indicador de eficiência da geração de energia. É a razão entre a potência real (ou ativa), que é a potência que realiza o trabalho efetivo, e a potência aparente, que é a combinação da potência real e da potência reativa.

 

“Os benefícios que a geração de energia a partir de fontes renováveis traz para a sociedade e o meio ambiente são “inegáveis”, principalmente nos quesitos financeiros e de sustentabilidade do planeta”, disse Resende. 

 

“Contudo, um projeto e/ou uma instalação executada sem os estudos técnicos mínimos necessários, como a avaliação do impacto da usina no fator de potência da instalação, pode afetar negativamente, tanto na eficiência energética, como na operação e resultados de indicadores financeiros planejados inicialmente ( EVTE-Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica)”, complementou. 

 

Soluções

Comissionamento e ajuste adequado dos inversores da usina, instalação correta de banco de capacitores e necessidade de estudos prévios e pós operação da usina, além do uso adequado dos equipamentos, foram apontados por ele como soluções para mitigar efeitos negativos para o consumidor – em situações em que o excedente de geração de energia pode deixar de ser registrado pela concessionária e resultar em multas.

 

“Em indústrias e consumidores do grupo A (que se enquadram como consumidores de alta tensão), a inserção de usinas FV durante o período de maior geração de energia (horários de Pico Solar) proporciona economia, fornecendo a maior parcela da energia instantânea a ser transformada em trabalho efetivo (energia ativa) para o consumo do cliente. Contudo, essa parcela da energia deixa de ser medida no relógio da concessionária, sobrando uma parcela maior de energia que não é transformada em trabalho efetivo (energia reativa), o que pode causar multa para o cliente por excedente de reativo”, explica Resende. 

 

Durante a apresentação, o pesquisador também destacou serviços e projetos de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) executados pelo ISI-ER, como o Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte, a BRAVO – Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore – desenvolvida em parceria com a Petrobras, e o primeiro ensaio de LVRT do Brasil (Low Voltage Ride Through, ou, em português, “ensaio de afundamento de tensão”), realizado com a empresa espanhola Barlovento para um projeto conjunto da ENGIE e da WEG.

 

O Fórum reuniu players do setor, especialistas na área e representantes da academia. Foram discutidos oportunidades de negócios, barreiras regulatórias, impedimentos jurídicos, tecnologias inovadoras, financiamento, capacitação e perspectivas de crescimento para a Energia Solar Fotovoltaica e GD Fontes Renováveis.

 

Texto: Renata Moura

Fotos: Divulgação

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