Soluções do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) para a indústria de energia eólica offshore no Brasil serão apresentadas nesta quarta-feira (27), no Rio de Janeiro, no Brazil Offshore Wind Summit 2024.

 

A apresentação está programada no painel “Inovação e Projetos Piloto em Desenvolvimento no Brasil”, a partir das 14h40, com a participação do diretor do SENAI do Rio Grande do Norte e do ISI-ER, Rodrigo Mello.

 

Iniciativas para ajudar a destravar gargalos do setor, estratégias para o desenvolvimento de inovações na área, barreiras que existem para escalabilidade dos projetos e o apoio de  institutos de pesquisa e universidades para o avanço da atividade serão os pontos centrais em pauta.

 

Além de Mello, são convidados do painel Daniel Lamassa, subsecretário adjunto de Energia na SEENEMAR – Secretaria de Energia e Recursos do Mar do Rio de Janeiro, David Findlay, gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios da ORE Catapult, do Reino Unido, e Milad Shadman, professor do Grupo de Energia Renovável no Oceano (GERO) e integrante do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE /UFRJ. Solange David, Chair do Women in Energy do CIGRE International, será a moderadora. 

 

“A ideia é abordarmos os principais projetos que temos em tela e discutir como e em que pé está a instalação das primeiras plantas piloto no offshore, que servirão para discutir o ambiente de instalação do setor e para responder a algumas perguntas que ainda restam para instalação das unidades comerciais”, diz Rodrigo Mello.  

 

“Há, atualmente, a discussão de uma planta piloto no Rio Grande do Norte, em águas rasas, e de outra no Rio de Janeiro, em águas profundas. São tecnologias totalmente diferentes que vão ajudar a dar algumas dessas respostas”, acrescenta. 

 

 

Estudos

A unidade no Rio Grande do Norte é um parque eólico experimental, a ser implantado pelo SENAI em Areia Branca, município onde já desenvolve estudos para o setor a aproximadamente 20km da costa. O projeto, um sítio de testes para a indústria, está entre os 96 complexos eólicos offshore com processos de licenciamento abertos no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 

Durante a apresentação, o diretor do SENAI-RN e do ISI-ER também deverá contemplar iniciativas como a BRAVO – Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore – tecnologia desenvolvida de forma inédita no Brasil, em parceria com a Petrobras, para prospecções ligadas à energia eólica offshore, e, ainda, o maior mapeamento eólico offshore do Brasil, que o ISI desenvolve em convênio com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

 

Além disso, o executivo pretende fazer um apanhado de outros estudos pioneiros que a instituição concluiu nos últimos anos com levantamentos do recurso eólico e relacionados à infraestrutura para escoamento da energia que será produzida nos futuros parques.

 

O Brazil Offshore Wind Summit é promovido pelo Global Wind Energy Council (GWEC) e a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica). Esta é a segunda edição. A programação é realizada desde ontem no Sheraton Grand Rio Hotel. “Este é o principal evento de discussões técnicas sobre eólica offshore no Brasil e nele estão as principais instituições, as principais cabeças ligadas à atividade”, frisa Rodrigo Mello. 

 

SAF

A energia eólica offshore não é, porém, o único tema a embalar as discussões. Em um evento paralelo promovido pela OEP (Ocean Energy Pathway), também nesta quarta-feira, no Sheraton, Mello vai tratar do desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação), como convidado em uma mesa redonda. 

 

A área é uma das frentes de pesquisa do ISI-ER e avança. Do ponto de vista de infraestrutura, em setembro do ano passado, foi inaugurado no Instituto o Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados (H2CA) – primeira planta piloto do Brasil para produzir combustível sustentável de aviação. 

 

O projeto, realizado em parceria com a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, representa um investimento de 1,4 milhão de euros (o equivalente a R$ 7,46 milhões) e tem, entre os principais objetivos, chegar a um combustível que ajude a reduzir as emissões de gases do efeito estufa no transporte aéreo brasileiro. 

 

A OEP é uma organização internacional que visa acelerar as eólicas offshore com preservação dos oceanos. O painel que realiza no Rio de Janeiro pretende trazer à luz questões sobre grandes consumidores, descarbonização da indústria e sinergias com renováveis. 

 

“A questão dos combustíveis avançados, especificamente do SAF, será discutida dentro da perspectiva de utilização da capacidade instalada que virá do offshore, do que será feito com essa energia. Uma das finalidades é a produção desses combustíveis”, explica o diretor do SENAI.

 

SOBRE O ISI-ER

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo novas tecnologias como o hidrogênio verde.

 

Faz parte da maior rede privada de institutos de pesquisa, desenvolvimento e inovação criada no Brasil para atender as demandas da indústria, composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. A Rede tem como foco a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Desde que foi criada, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em projetos de PD&I. 

 

O ISI-ER está em operação no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, desde 2018, e foi oficialmente inaugurado em junho de 2021, com a conclusão das instalações e a operação plena dos laboratórios. 

 

Pesquisadores/as do Instituto foram pioneiros/as em estudos, com medições, sobre o offshore brasileiro, desenvolveram projetos como o novo Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte e estão à frente de iniciativas como o mais abrangente mapeamento em desenvolvimento no Brasil para identificar o potencial de geração de energia eólica com turbinas implantadas no mar, em convênio com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e de trabalhos como o desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação), em parceria com a Alemanha.

 

Texto: Renata Moura