O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) espera receber no segundo semestre deste ano a licença de instalação da primeira planta-piloto de energia eólica offshore do Rio Grande do Norte – um sítio de testes, em condições reais de operação, para futuros aerogeradores do setor no Brasil.
Detalhes do projeto foram apresentados no Brazil Offshore Wind Summit, no Rio de Janeiro, pelo diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello. “Nós estamos em uma fase muito madura quanto ao projeto. Vamos concluir a documentação de impacto ambiental neste semestre, e esperamos que no próximo tenhamos em mãos a licença por parte do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), com quem temos mantido discussões permanentes sobre o processo”, diz o executivo.
O sítio de testes, explica ele, terá o objetivo de analisar o desempenho dos equipamentos de geração de energia eólica offshore em condições do mar equatorial brasileiro. Segurança e função, desempenho de potência, cargas mecânicas, ruídos, suporte e afundamento de tensão, além de qualidade da energia poderão ser avaliados na área.
O projeto prevê a instalação da planta a 20km da costa de Areia Branca – nas proximidades do Porto-Ilha de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. A estrutura incluirá dois aerogeradores, com potência somada de 22 Megawatts (MW). “A tão discutida licença ambiental é uma entre as várias fases envolvidas em uma iniciativa como essa”, frisa Rodrigo Mello.
“Hipóteses de fundação de torre, o tipo de aerogerador e quem vai financiar o projeto de pesquisa também são importantes e estão andando em paralelo. A expectativa é que, uma vez concluído o processo de licenciamento ambiental, esses outros processos também estejam maduros. E é isso o que estamos trabalhando hoje”, acrescenta o diretor, complementando que “datas relacionadas ao projeto serão consequências desse conjunto de atividades”.
A planta-piloto a ser implantada pelo SENAI está entre os 96 complexos eólicos offshore com processos de licenciamento abertos no Ibama. Discussões sobre o projeto foram realizadas no painel “Inovação e Projetos Piloto em Desenvolvimento no Brasil”, no Brazil Offshore Wind Summit 2024.
Inovações
Iniciativas para ajudar a destravar gargalos do setor, estratégias para o desenvolvimento de inovações na área, barreiras que existem para escalabilidade dos projetos e o apoio de institutos de pesquisa e universidades para o avanço da atividade foram os pontos centrais na pauta do evento.
Além de Mello, foram convidados do painel Daniel Lamassa, subsecretário adjunto de Energia na SEENEMAR – Secretaria de Energia e Recursos do Mar do Rio de Janeiro, David Findlay, gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios da ORE Catapult, do Reino Unido, e Milad Shadman, professor do Grupo de Energia Renovável no Oceano (GERO) e integrante do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE /UFRJ. Solange David, Chair do Women in Energy do CIGRE International, foi a moderadora.
“Há, atualmente, a discussão de uma planta piloto no Rio Grande do Norte, em águas rasas, e de outra no Rio de Janeiro, em águas profundas. São tecnologias totalmente diferentes que vão ajudar a dar algumas dessas respostas”, explica o diretor do SENAI.
O Brazil Offshore Wind Summit foi promovido nos dias 26 e 27 de março pelo Global Wind Energy Council (GWEC) e a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica). Esta foi a segunda edição.
Texto: Renata Moura
Foto: Divulgação ISI-ER
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