As ações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) de apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em hidrogênio foram temas de debate no segundo dia do H2Tech, Fórum Internacional de Hidrogênio Renovável, realizado nos dias 23 e 24 de março, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN).
O evento reuniu palestras e painéis sobre hidrogênio, transição energética e redução das emissões de gases do efeito estufa. O diretor regional do SENAI-RN, Rodrigo Mello, ressaltou a evolução e o impacto das discussões tratadas ao longo dos dois dias de evento.
O coordenador-geral de Tecnologias Setoriais, da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Rafael Silva Menezes, detalhou o convênio do Ministério com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) para “medir o potencial eólico offshore e calcular o recurso energético disponível compreendendo a faixa do oceano atlântico que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá”.
Outra iniciativa apresentada por ele, também na energia eólica offshore, é junto à Universidade Federal do Rio Grande do Norte e se trata de “projeto de apoio a ações envolvendo viabilização de projetos de PD&I e capacitação de recursos humanos para canalizar esforços no Brasil para a futura implantação competitiva de energia eólica offshore, como parte do processo de diversificação das fontes de geração de energia elétrica no país, e para promoção do desenvolvimento tecnológico e inovação”.
Segundo ele, são ações que vêm sendo trabalhadas nessas parcerias em um setor que tem crescido bastante nos últimos anos. “É um trabalho desenvolvido em conjunto e que com certeza vai render informações muito importantes”, disse. Com relação a este projeto junto à UFRN, ele informou que está previsto para junho deste ano a realização de um curso e workshop dentro dessa temática.
Menezes também falou a respeito da planta laboratorial para pesquisa, desenvolvimento e inovação em bioquerosene de aviação, que envolve o MCTI, o ISI-ER e a UFRN consistindo em uma planta de “pesquisa laboratorial de produção de bioquerosene de aviação por hidrotratamento em regime contínuo”.
Ele citou o projeto que existe com a Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação (RBQAV), que envolve mapeamento de grupos estratégicos, apoio a eventos da Rede além de reuniões e visitas técnicas.
Segundo o coordenador, há trabalhos no Ministério com foco específico no hidrogênio como um Programa Nacional, a iniciativa brasileira, o sistema brasileiro de laboratórios e as chamadas públicas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). “Há o Sistema Brasileiro de Laboratórios de Hidrogênio [em que a UFRN está inserida] e o Centro de Tecnologia em Energias Renováveis do Semiárido (CTERSA)”, completou.
Outro tema que rendeu debate foi a palestra “será a eletromobilidade uma alternativa para o Brasil?”, do professor de Engenharia Mecânica Paulo Schneider, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “O Brasil precisa estar alinhado com aquilo que acontece no mundo”, disse.
Na semana passada, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) e o Banco do Nordeste assinaram o Convênio de Assistência Técnica e Financeira para realização do projeto “Laboratório didático de conversão e reparação de veículos elétricos”, que tem como objetivo fomentar a capacitação técnica de profissionais para atender a demanda de conversão e manutenção de veículos elétricos. A ação é inédita na região.
Ao ser informado dessa iniciativa, o professor destacou a importância desse laboratório. “Tem que formar profissionais que deem conta e ações como essa são fundamentais”, comentou.
Novos desafios
Tanto o coordenador do MCTI quanto o professor da UFRGS parabenizaram o SENAI pela realização do evento H2TECH. “É um evento formador de opinião e iniciativas assim são fundamentais”, declarou Schneider.
No encerramento do evento, Rodrigo Mello, que também é diretor do ISI-ER e CTGAS-ER, disse que eventos como o H2TECH servem para provocar as pessoas a fazer coisas novas. “É buscar novos desafios”, concluiu.
Ainda no segundo dia do evento aconteceram as palestras “O impacto do Biocombustível Sintético (PtX) na cadeia produtiva, produzido a partir de fontes de energia renovável”, com com Gerhard Ett, do Centro Universitário FEI, e “Soluções Analíticas aplicadas ao desenvolvimento e produção de H2”, com André Felipe Reis de Araújo Vitorino, da Tennessine Instrumentação Analítica.
A programação foi realizada na Casa da Indústria, como parte da programação em comemoração aos 70 anos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN). O ISI-ER faz parte do Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN.
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