O Rio Grande do Norte, maior produtor brasileiro de energia eólica e líder em investimentos previstos do setor nos próximos anos, vai sediar o escritório de inovação de uma das maiores empresas do mundo do setor elétrico. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (27) pelo diretor do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), Rodrigo Mello, que conduz as negociações para instalação da multinacional no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal. “A empresa será a primeira a integrar o Habitat de Inovação do HIT”, disse ele, acrescentando que a estreia é prevista para setembro, quando o nome da companhia também deverá ser revelado ao mercado.
A chegada da empresa – cujo nome, por questões contratuais, é mantido em sigilo – é apontada como impulso para que o estado se posicione na vanguarda da tecnologia. “É um passo importante em um contexto em que o Brasil, um país de commodities, precisa de produtos com mais valor agregado. E o RN, que é líder em geração de energia eólica, também se posiciona dessa maneira como um estado que contribui para o país entrar na vanguarda internacional da tecnologia em um setor estratégico”, observou Rodrigo Mello.
As perspectivas do Habitat de Inovação do Hit foram apresentadas por ele durante reunião do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que reuniu, por meio de videoconferência, representantes dos Departamentos regionais da instituição no Brasil inteiro.
Habitats de Inovação
O tema “Habitat de Inovação” foi uma das pautas do encontro e coube ao Superintendente de Tecnologia e Inovação do SENAI, Jefferson Gomes, introduzir o conceito.
Os Habitats, disse ele, são um ambiente colaborativo para relacionamento com as indústrias, que oferece espaço físico vinculado a um Instituto Senai – no caso do RN, o ISI-ER -, acesso à infraestrutura compartilhada e à equipe especializada, pacotes de benefícios local e nacional, cocriação de soluções personalizadas em Pesquisa & Desenvolvimento, consultoria e metrologia, além de segurança jurídica.
E essa ideia de compartilhamento de infraestrutura e equipes, observa, facilita o surgimento de novos negócios e a criação de soluções não só de pesquisa, mas também de educação e serviços.
“Assim a gente gera oportunidades de negócios para os nossos alunos, conexão, negociação e convivência para oportunizar novos projetos”, complementou Rodrigo Mello durante apresentação sobre o Habitat criado pelo SENAI-RN, o primeiro do SENAI no Brasil.
O projeto potiguar começou a sair do papel em 2020 no HIT, dividindo espaço com o ISI-ER e o CTGAS-ER, principais referências do SENAI no país para soluções de educação, inovação, pesquisa e desenvolvimento para a indústria de energias renováveis.
O foco é a atração de empresas deste segmento e também do setor gás – mesma linha de atuação adotada para a incubadora de pequenas empresas e startups que o HIT está instalando em frente ao Habitat. Os planos, no caso do Habitat, são de ocupar o espaço com escritórios de ao menos sete gigantes do setor de energia e do gás até o final do próximo ano. “O número pode não parecer gigante, mas o setor de energia e do gás é de poucos e gigantes”, ressaltou na reunião.
A instalação da primeira empresa, em setembro, é apontada por ele como um marco. “Fruto do primeiro edital lançado na plataforma de Inovação do Sistema Indústria, que reúne federações das indústrias e departamentos regionais do SENAI, do SESI e do IEL de todo o país”.
O Paraná e Pernambuco, os outros dois estados brasileiros com Habitats de Inovação já implantados – ambos com as portas abertas a partir deste ano – também detalharam os projetos em curso durante o encontro.
No SENAI Paraná, eletromobilidade, cidades inteligentes e Agro 4.0 são os focos. Em Pernambuco, o investimento se dá nas áreas de manufatura avançada e transformação digital.
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