A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) apresentou o Rio Grande do Norte como “estado de oportunidades” e “aberto a parcerias com o mundo” durante o Offshore Wind Connections, uma das mais importantes conferências de energia eólica offshore do Reino Unido.
A apresentação foi realizada pelo diretor da FIERN e presidente eleito da Federação para o mandato que começa em outubro, Roberto Serquiz, no espaço do evento reservado à Embaixada do Reino Unido no Recife (PE). Foi um dos pontos da programação da missão internacional que a FIERN e o SENAI-RN realizam até este sábado (06), no país – líder do setor eólico offshore na Europa.
“Nós pavimentamos durante a viagem uma estrada bastante fértil para a implantação do offshore no Rio Grande do Norte. Sabemos as potencialidades do estado e estamos saindo dos encontros no país com uma bagagem rica e próspera, com várias reflexões importantes para dar continuidade ao que começamos”, disse Roberto Serquiz.
Foi ele, na viagem, quem conduziu a apresentação às instituições britânicas. O Rio Grande do Norte foi caracterizado, na ocasião, como o maior produtor brasileiro de petróleo em terra, como líder em energia eólica e com destaques que passam, também, por atividades na economia do mar, por turismo, mineração, fruticultura irrigada, energia solar e biomassa.
Liderança
A partir de levantamentos e projeções do MAIS RN, Núcleo de Gestão Estratégica da FIERN, Serquiz frisou que a produção de energia eólica onshore (em terra) no Rio Grande do Norte cresceu 1.700% nos últimos 10 anos, mantendo o estado como líder nacional do setor, com 57% da geração do Nordeste e 30% do país. “Pelo menos 6 bilhões de libras em investimentos na atividade são esperados ao longo dos próximos quatro anos”, acrescentou.
Dados medidos pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), parte do Sistema FIERN e principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade, embasaram ainda a exibição do potencial eólico e solar do estado, além de vantagens que o fazem despontar como uma das zonas mais promissoras no país para a instalação de parques eólicos offshore (no mar).
“Velocidade constante dos ventos, profundidade do mar adequada, além de mar calmo, de baixas ondas”, exemplificou Serquiz. O apetite que investidores já vêm demonstrando por esse potencial também foi ressaltado.
O Rio Grande do Norte tem os primeiros 10 complexos eólicos offshore à espera de licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). São 17,84 Gigawatts (GW) de potência previstos nos projetos, mais de duas vezes superior à existente hoje, no estado, em parques eólicos em terra. O volume corresponde a aproximadamente 10% do projetado, até agora, para a costa brasileira, um total de 182,98 GW que esperam o aval do Ibama.
Negócios
O diretor da FIERN chamou a atenção ainda para parcerias institucionais da Federação que influenciam a prosperidade do ambiente de negócios. Detalhou, também, previsões de investimentos da indústria, assim como vantagens para o setor produtivo como a maior proximidade do estado com mercados e potenciais parceiros na África, na Europa e nos Estados Unidos, o fato de o RN sediar o 1º Cluster Naval do Nordeste do Brasil, de ser um destino turístico que tem mais do que sol e mar para oferecer, de ser o maior produtor de sal e ter as maiores reservas de tungstênio do país, e 45% das reservas de ferro do Nordeste, além de ser o primeiro em produção e exportações de frutas.
“O momento da apresentação foi extremamente positivo. Estavam conosco representantes de instituições, empresas e universidades, e dentro de uma programação da Embaixada britânica no Brasil. Então avaliamos como oportunidade única de apresentar o Rio Grande do Norte, a lógica da indústria e da energia eólica offshore a esse público”, disse o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, também participante do evento.
Integram a programação liderada pela FIERN e pelo SENAI-RN empresas potiguares que atuam em segmentos como construção civil, montagem de torres eólicas, engenharia, telecomunicações, consultoria em meio ambiente, alimentos e bebidas, portos, logística, transporte e apoio marítimo, além de representantes do Serviço Social da Indústria (SESI-RN), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado (Sebrae-RN) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema).
A Missão ocorre em um momento em que investimentos no setor de energia eólica offshore já são realidade na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos, e que, em território brasileiro, começam a despontar no horizonte também como oportunidades. Há, no Brasil, a intensificação de estudos e um processo de regulamentação em curso para início da implantação dos primeiros complexos eólicos no mar. Cerca de 74 empreendimentos previstos para a costa estão, atualmente, à espera de licenciamento no Ibama. A maior parte da potência está concentrada no Nordeste.
O objetivo da Missão é conferir, in loco, a operação dessa indústria no Reino Unido, prospectar oportunidades de negócios para o estado e mostrar o potencial brasileiro e o potiguar, na área, de olho em possíveis parcerias com empresas e instituições britânicas.
A programação inclui visitas a centros de inovação, a instalações eólicas offshore, à infraestrutura portuária da região e participação na conferência “Offshore Wind Connections”, que chegou este ano à 10ª edição. O roteiro abrange as cidades de Manchester, Newcastle, Hull e Londres.
O Reino Unido é líder do setor eólico offshore na Europa e a expectativa é que a experiência do país seja uma das inspirações para os caminhos que o Brasil e o Rio Grande do Norte começam a trilhar nessa nova fronteira de investimentos no setor de energia.
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