Longas horas de trabalho e dedicação deram resultado para os estudantes SESI-SENAI do Rio Grande do Norte que compõem a equipe de robótica P0T1BOT. O time foi agraciado com o Team Spirit Award, prêmio que reconhece o espírito de equipe dos competidores, no off-season internacional da FIRST Robotics Competition (FRC), torneio que aconteceu no último fim de semana, no Rio de Janeiro, dentro do Festival Internacional SESI de Robótica.
Pioneira na modalidade FRC no Rio Grande do Norte e única representante do estado na competição, a P0T1BOT é atualmente formada por oito alunos do Novo Ensino Médio da SESI Escola Natal: Beatriz Bezerra (17 anos), Débora Raquel (17), Letícia Silva (17), Levi Tavares (18), Marcos Silva (18), Maria Eduarda Dantas (17), Rozianny Freire (17) e Vinícius Fernandes (18); e duas alunas do Ensino Médio da SESI Escola São Gonçalo do Amarante: Débora Gabrielle (15) e Thainá Rute (15); além dos técnicos o professor de geografia da SESI Escola, Diego Cavalcante, e o professor e engenheiro eletricista do SENAI-RN, Thiago Castro.
O time também conta com uma equipe de mentores externos, que envolvem profissionais de diversas áreas do CTGAS-ER e do ISI-ER, como também ex-integrantes da equipe, que já estão no ensino superior, mas voltaram para auxiliar nos trabalhos.
A gerente executiva de Educação do SESI-RN, Ana Karenine Medina, avalia que o prêmio conquistado na competição internacional é resultado de muita dedicação. “Esse prêmio representa o verdadeiro espírito de ser SESI-RN. Trabalhar em equipe é uma de nossas premissas e um dos pilares da FIRST”, comenta a gestora.
O técnico da P0T1BOT Diego Cavalcante classifica a equipe como “uma grande família”. Ele explica que durante a temporada de 2022, a equipe esteve junta praticamente a todo momento, seja presencialmente, no laboratório de robótica do SESI, ou virtualmente, debatendo os andamentos dos trabalhos do robô e do projeto de inovação.
“Eu costumo dizer que a aprendizagem é uma via de mão-dupla. Ao mesmo tempo que ensino, eu aprendo, o mesmo acontece com os estudantes. Alguns vêm de um contexto social e familiar duro, além de ter que conciliar esse projeto com as outras obrigações e com o lazer. Por isso, enquanto educador, ver essa força de vontade neles é fascinante e ver o crescimento deles, chegando a uma competição internacional de robótica é gratificante. Isso dá sentido ao trabalho de educador”, declara o professor.
O espírito de equipe-família da P0T1BOT também está nos símbolos. A equipe fez questão de acrescentar no robô e carregar no peito, sobre o escudo, a estrela em memória de Ludmila Barros, integrante original da “grande família” P0T1BOT que faleceu em 2021, em decorrência da Covid-19.
FRC: robôs de porte industrial e incentivo à inovação
A FIRST Robotics Competition (FRC) é conhecida como a olimpíada da robótica. A modalidade é a mais antiga e complexa do rol de competições da organização sem fins lucrativos FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology) e combina a adrenalina dos esportes com o rigor da ciência e da tecnologia.
Alunos do ensino médio formam equipes compostas por, pelo menos, 10 estudantes com idades entre 14 e 18 anos, que contam com apoio de técnicos e mentores para construir e comandar um robô semiautônomo de porte industrial, com até 55 kg e 1,5 metro de altura. Além disso, os jovens precisam desenvolver uma marca, conseguir financiamento para o projeto e desenvolver iniciativas realizada à ciência e tecnologia junto à comunidade.
Com o tema da temporada, “Rapid React” (reação rápida), a competição explora a capacidade das equipes de criarem robôs rápidos e com capacidade de arremesso em longa distância. O robô terá a missão de coletar uma bola e arremessar em uma cesta dentro do tempo de 2min15 no tele-operado (com controle remoto) e de 15seg no controle automático.
“O Boy”, expressão característica da capital potiguar para se referir a crianças e jovens, é como foi batizado o robô da P0T1BOT. Outra referência ao local de origem da equipe está no nome — P0T1 brinca tanto com a linguagem binária de programação, que utiliza os algarismos 0 e 1, como com o termo “potiguar”.
Além disso, as equipes precisam desenvolver e apresentar um projeto de inovação. A P0T1BOT criou um equipamento que utiliza a energia solar para a recarga de baterias do robô. Utilizando um sistema elétrico de corrente contínua, o projeto tem como componentes um módulo solar que transmite até 90 Volts, dois disjuntores que evitam a sobrecarga e o descarregamento da bateria, como também um controlador que mostra a quantidade de carga e a transmissão de energia.
“É um projeto importante e desafiador para a gente. Embarcamos muita inovação no que se refere à alimentação das baterias com painéis fotovoltaicos”, afirma o superintendente regional do SESI-RN, Juliano Martins.
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