“Estamos no H2CA, o primeiro laboratório de produção de SAF (combustível sustentável de aviação) no Brasil”, diz, com um sorriso, a pesquisadora Fabíola Correia, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), no vídeo “De norte a sul do Brasil: sementes de inovação”, disponível no YouTube (Clique aqui ou dê o play abaixo para assistir).
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A infraestrutura, instalada no Instituto, em Natal, no Rio Grande do Norte, é apresentada como um dos resultados do projeto H2Brasil, que, durante 4 anos, trabalhou com dezenas de parceiros, incluindo o SENAI, para apoiar a expansão do mercado de hidrogênio verde no país.
Parte da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, o projeto é implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e pelo Ministério de Minas e Energia do Brasil (MME), com financiamento do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).
O objetivo é apoiar a expansão do mercado de hidrogênio verde para reduzir a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera e contribuir na descarbonização da economia brasileira, ou seja, no processo de diminuição desses gases nos diversos setores.
Frutos
Cursos de capacitação, estudos sobre uso e aplicabilidade do hidrogênio verde, promoção de projetos inovadores realizados por startups de todo o país e a construção e equipação de laboratórios de pesquisas e testes em centros de pesquisa e universidades federais de norte a sul do Brasil estão entre os frutos da iniciativa.
A parceria com o SENAI teve como desdobramentos a criação dos primeiros cursos de capacitação profissional do Brasil na área de hidrogênio verde, a inauguração, neste ano, do primeiro “Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde” do país, no Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, em Natal, e a instalação do H2CA, no ISI-ER.
“Eu costumo dizer que nós estamos em uma mini refinaria e que isso foi extremamente importante para desenvolver metodologias para a produção de SAF no Brasil”, diz Fabíola Correia, coordenadora do projeto de desenvolvimento do combustível sustentável, no Instituto.
“Essa infraestrutura desenvolvida pela GIZ junto com o ISI-ER foi de extrema importância porque a gente consegue desenvolver novas parcerias”, acrescenta a pesquisadora, citando como exemplo uma parceria de âmbito internacional, cujo objetivo é desenvolver o SAF partindo do hidrogênio obtido com eletrólise – processo físico-químico que utiliza a energia de fontes renováveis, como eólica e solar, para separação do hidrogênio da água – e do dióxido de carbono (CO2) capturado do ar.
“Assim a gente consegue desenvolver metodologias para oferecer à indústria o produto, que é de extrema importância já que a gente ainda não o tem no mercado”, complementa a pesquisadora..
O vídeo também mostra exemplos de resultados da parceria do projeto com as Universidades Federais de Santa Catarina, de Goiás, do Rio de Janeiro e de Itajubá (MG), assim como com o CIBIOGÁS, de Foz do Iguaçu (PR).
Patrícia Naccache, coordenadora-geral de Energias e Tecnologias de Baixo Carbono e Inovação do Ministério de Minas e Energia do Brasil, observa que a cooperação com a Alemanha foi muito relevante ao permitir discussões de boas ideias e o aprimoramento de decisões e regulamentos em harmonia com as circunstâncias nacionais.
“Tivemos a oportunidade de discutir pontos de consenso e encontrar alternativas para divergências, resultando numa parceria de sucesso”, avaliou ela.
A ministra conselheira, chefe da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável, Petra Schmidt, também reforçou a importância dos resultados. “Além da proteção ao clima, como nova fonte de energia renovável, esse projeto trouxe muitos êxitos em diferentes áreas, como a inovação, a pesquisa, a colaboração entre diferentes atores, a formação de profissionais nessas áreas de inovação. Foi uma experiência muito valiosa”, disse, no vídeo.
Segundo Markus Francke, diretor do projeto H2Brasil, foram investidos 34 milhões de euros para apoiar a expansão do hidrogênio Verde no Brasil, por meio da iniciativa. “Muitas boas ideias de projetos reais do setor privado são”, segundo ele, “derivadas do H2Brasil”. “E alguns desses projetos já estão começando”.
Texto: Renata Moura, com informações da GIZ
Fotos: Reprodução YouTube
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