“Todo mundo aqui já brincou com um carrinho de controle remoto? Esse é um pouco diferente: chega a 40km por hora e o combustível dele é o hidrogênio verde, o hidrogênio obtido a partir de fontes renováveis – a energia eólica, a energia solar. É o grande combustível do futuro”. 

 

O instrutor de educação e tecnologias do SENAI-RN, Bruno Sousa, dá a explicação diante de olhares curiosos de dezenas de meninos e meninas que participam, nesta terça-feira (30), da Exposição de Humanidades e Ciências do Colégio Porto.

 

Ele detalha o que a “fórmula da molécula da água” tem a ver com essa história e faz então funcionar um “Fcat- Fuel Cell Automotive Trainer” – automóvel de treinamento movido a células de combustível, que tem o hidrogênio como fonte de energia – e que está sobre a mesa. 

 

“Essa é uma das infinitas aplicações que o hidrogênio pode ter”, observa. “E esse é um assunto que vocês verão muito em alta com a transição que estamos vendo para fontes renováveis”, complementa o instrutor.

 

O evento foi promovido na sede da escola, em Natal, e teve como tema “Horizontes Tecnológicos: a expansão da Inteligência Artificial e as transformações das sociedades”. 

 

 

O SENAI foi uma das instituições convidadas para abordagens relacionadas e apresentações sobre tecnologias utilizadas na educação, representado por duas das unidades que integram sua operação na capital: o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) e a FAETI –  Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais. 

 

Inovações

O Fcat- Fuel Cell Automotive Trainer foi uma das inovações que a instituição levou para a exposição. “No nosso Centro temos laboratórios para trabalhar o hidrogênio, temos equipamentos e projetos nessa área”, disse Sousa. 

 

O carrinho faz parte da estrutura do primeiro Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde, inaugurado este ano no CTGAS-ER em parceria com a agência de cooperação internacional alemã GIZ. 

 

Simuladores de operação de retroescavadeiras, um simulador de geração de energia solar fotovoltaica, um “Painel de Domótica” – para demonstrar possibilidades de automação residencial na iluminação e em tomadas, com o auxílio de aplicativos ou da assistente virtual Alexa – além de um “Braço Robótico” que pode ser programado de várias formas para uso na indústria, também estiveram presentes no espaço do SENAI.

 

 

Estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio estiveram entre os visitantes que experimentaram as tecnologias na prática.

 

“Essa ação faz parte de um movimento de aproximação do trabalho que realizamos com escolas das redes pública e privada”, diz o diretor do SENAI-RN, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da FAETI, Rodrigo Mello.

 

“Nós queremos despertar o interesse sobre os setores industriais com os quais trabalhamos e mostrar formações técnicas e na área de engenharia como possibilidades de caminho para os estudantes, assim como tecnologias de ponta que temos embarcadas na nossa infraestrutura para tornar atividades práticas, que são muito fortes no nosso modelo de operação, o mais próximas possíveis da realidade do mercado”, acrescenta.

 

A programação também incluiu a apresentação “Inteligência Artificial na Engenharia”, do instrutor de Aprendizagem e Treinamento Industrial do CTGAS-ER e professor do curso de Engenharia Mecânica da FAETI, Gerffeson Moura, em que abordou as mudanças e aplicações com o uso da IA (Inteligência Artificial) na engenharia, explorando os desafios e o futuro.

 

 

O professor explicou que a integração da IA abre novas possibilidades de inovação, transformando a maneira como os projetos são concebidos e executados na engenharia. Esse tipo de recurso, exemplificou ele, ajuda a simular condições climáticas, a facilitar operações de manutenção e, por exemplo, a minimizar o tempo de equipamentos parados. 

 

Questões que envolvem a necessidade de grandes volumes de dados; a privacidade e a segurança; considerações éticas sobre o impacto da automação no emprego; e riscos de segurança cibernética foram apontados por ele entre os desafios na área.

 

SOBRE O SENAI

O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria, em Mossoró); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para formação profissional em hidrogênio verde, em parceria com a Alemanha. 

 

A atuação se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade – do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais.

 

Primeiro do Brasil a se tornar signatário do Pacto Global de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU), o SENAI do Rio Grande do Norte tem a atuação alinhada a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que buscam, de forma geral, acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, fomentar a educação de qualidade e combater as mudanças climáticas no mundo. 

 

Em 2024, a instituição recebeu o “Selo ODS Educação”- um reconhecimento nacional público pela formação das primeiras mulheres especialistas do Rio Grande do Norte em operação e manutenção de parques eólicos. O projeto liderado pelo CTGAS-ER também foi reconhecido nacionalmente pelo SENAI como Boa Prática de Gestão Escolar.

 

Em março de 2023, outro reconhecimento foi registrado: a História em Quadrinhos (HQ) “Superliga contra nuvens de gás”, concebida pelo Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do ISI-ER, foi recomendada pelo Ministério da Educação (MEC) e a agência pública de cooperação alemã GIZ como parte dos materiais selecionados para auxiliar escolas do Brasil a abordarem transição energética e descarbonização, em sala de aula – com estímulo à equidade de gênero e ao aumento da participação de meninas e mulheres no setor de energias renováveis.

 

A instituição também desenvolveu projetos em parceria com empresas do setor de energia para aumentar a participação de meninas em cursos técnicos e estimular a inserção de conteúdos sobre energia eólica em escolas da rede pública.

 

Texto e fotos: Renata Moura