O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), sediado no Rio Grande do Norte e principal referência do SENAI no Brasil em pesquisa, desenvolvimento e inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade, apresentou nesta terça-feira (6), na Argentina, os avanços e desafios identificados no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para aviação.
A palestra “The Concept, Production and Scale-up in a Sustainable Aviation Fuel Pilot Unit from the Chemical Looping Reform to Upgrading of Syncrude” (Conceito, Produção e Scale-up numa unidade piloto de Combustível Sustentável de Aviação a partir da reforma por Recirculação Química até Upgrade do Syncrude, em tradução livre) foi destaque no 11º Congresso Mundial de Engenharia Química (WCCE11), que será encerrado, nesta quinta-feira (08), no UCA Convention Center, em Buenos Aires.
O pesquisador doutor Tellys Lins Almeida Barbosa, parte da equipe envolvida no projeto de desenvolvimento de combustível sustentável de aviação que o ISI-ER executa em parceria com a Alemanha, foi o keynote speaker – o palestrante principal – entre as apresentações orais realizadas na manhã da terça.
Durante a exposição, detalha ele, “foram abordados os avanços e desafios no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação”, além da participação do Instituto em soluções na área.
Tecnologias inovadoras
“Compartilhei insights sobre os processos e tecnologias inovadoras utilizados em nossas unidades pilotos, destacando o papel crucial do ISI-ER na engenharia de reações químicas e catálise, contribuindo assim para a transição global para fontes de energia mais limpas e sustentáveis”, disse Barbosa.
“A participação no WCCE11 está oferecendo uma oportunidade incrível de interagir com especialistas, pesquisadores e líderes do setor mundial, promovendo discussões importantes sobre o futuro da engenharia química e seu impacto no desenvolvimento sustentável. É animador discutir ideias, obter novas perspectivas e explorar possibilidades de colaboração com profissionais que compartilham os mesmos ideais”, acrescentou o pesquisador.
Ele também apresentou, durante o evento, o pôster “The Ethanol and Glycerin utilization in Chemical Looping for syngas production” (Utilização de etanol e glicerina para produção de gás de síntese via Recirculação Química).
O Congresso Mundial de Engenharia Química (WCCE) é promovido pelo World Chemical Engineering Council (WCEC – sigla em inglês para Conselho Mundial de Engenharia Química) e pela IACCHE – Confederação Interamericana de Engenharia Química. A primeira edição foi realizada em 1976.
SAIBA MAIS – O projeto no ISI
O projeto de produção de combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuels), em execução no ISI-ER, tem, entre os principais objetivos, produzir um querosene sintético renovável capaz de reduzir as emissões de gases do efeito estufa no transporte aéreo brasileiro.
O e-querosene, como também é chamado, será produzido a partir da glicerina, um co-produto do biodiesel, por meio do processo químico chamado rota Fischer-Tropsch. O Syncrude, mencionado por Barbosa durante a apresentação, é o petróleo sintético desenvolvido no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis para ser transformado em SAF.
O projeto é coordenado pela pesquisadora do ISI-ER e da Rede Brasileira de Biocombustíveis e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação (RBQAV), Fabiola Correia, graduada em Química, mestre e doutora em Engenharia de Petróleo. O pesquisador líder do Laboratório de Sustentabilidade do ISI-ER, o engenheiro e doutor em Química, Juan Ruiz, além de bolsistas com mestrado e doutorado, também integram a equipe.
A iniciativa é realizada por meio de parceria entre a Cooperação Técnica Alemã para o desenvolvimento sustentável (na sigla alemã GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) e o SENAI-RN, que há aproximadamente 10 anos estuda rotas alternativas de produção de hidrogênio, aquelas que não geram emissão de carbono no processo industrial, assim como combustíveis sustentáveis.
Os trabalhos têm o apoio, ainda, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e participação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sob coordenação da professora doutora de Química do Petróleo, Amanda Duarte Gondim, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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