RN discute, no Reino Unido, possibilidades de cooperação nas áreas de hidrogênio e eficiência energética

3/05/2023   14h56

Missão internacional liderada pela FIERN e pelo SENAI-RN visitou centros de referência na área em universidades britânicas, nesta terça-feira, dia 02: Na imagem, o diretor da Federação das Indústrias, Roberto Serquiz, e o diretor do SENAI-RN, Rodrigo Mello

 

A Missão da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) e do SENAI-RN ao Reino Unido visitou, nesta terça-feira (02), o Manchester Fuel Cell Innovation Centre, centro de tecnologia que lidera o caminho do aproveitamento de energias renováveis na cidade britânica – considerada “berço” da Revolução Industrial, no mundo. 

 

O Centro faz parte da Universidade Metropolitana de Manchester e está inserido em um contexto em que, localmente, a meta é zerar emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2038. A instituição tem como foco o hidrogênio verde, cuja produção é vista com “um grande papel a desempenhar” para o alcance da meta ambiental na região. 

 

A visita integrou um roteiro que também contou, no mesmo dia, com passagem pela Energy House 2.0, da Universidade de Salford, especializada em projetos ligados à eficiência energética. Possibilidades de cooperação entre instituições potiguares e as britânicas estiveram no centro das discussões. “Nós tivemos oportunidade de conhecer pesquisas nas áreas de geração, armazenamento e transporte de energia através do hidrogênio, no Fuel Cell Innovation Centre, e, na Universidade de Salford, a experiência foi no sentido de acompanhamento da eficiência energética, do ponto de vista do consumo, com foco não só no hidrogênio”, disse o diretor da FIERN e presidente eleito da Federação para mandato que inicia em outubro, Roberto Serquiz.

 

“Nós vimos que o nosso centro – o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), sediado no Rio Grande do Norte – está alinhado com o que existe no ambiente britânico e que temos agora uma porta aberta de intercâmbio, construída durante a viagem. A expectativa é, na volta ao Brasil, manter esses contatos para que possamos ter uma evolução nas discussões e manter a chama acesa do ponto de vista de atualização, sempre alinhados com o que há de melhor também a nível de Europa”, acrescenta. A Cônsul interina do Reino Unido no Recife (PE), Larissa Bruscky, participou da visita.

 

Grupo de empresas e instituições do Rio Grande do Norte foi recebido pelo diretor do Manchester Fuel Cell Innovation Centre, Amer Gaffar , em visita que contou com a participação da cônsul interina do Reino Unido no Recife, Larissa Bruscky

 

 

Parcerias

O diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, também presente na missão, destacou a perspectiva de possíveis parcerias e intercâmbios com as universidades em áreas como armazenamento e transporte de energia através do hidrogênio, bem como no segmento de construções inteligentes, com aplicação de diferentes tecnologias para isolamento de ambientes de produção do combustível. 

 

“A programação teve uma importante participação das diversas empresas que estão conosco na missão e avaliamos que demos início a interessantes encaminhamentos para oportunidades a serem geradas e aproveitadas pela indústria potiguar”, frisou ele. 

 

Zeca Melo, superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte (Sebrae RN), apontou, por sua vez, a possibilidade de cooperação entre as instituições com potenciais benefícios para os pequenos negócios. “Na Universidade de Salford, por exemplo, chamou a atenção a atuação específica na área de apoio tecnológico, de consultorias a empresas”, disse. “E a gente já está acionando a nossa turma, tanto do Sebrae quanto do SENAI, para verificar em que termos a gente pode cooperar, uma vez que a posição da Universidade é de inteira expectativa de aproximação conosco”.

 

O grupo também acompanhou uma apresentação sobre os benefícios da North West Economy e agenda Net Zero, em Manchester. O Net Zero North West é um cluster liderado pela indústria que atua como acelerador de investimentos do setor público e privado para projetos de descarbonização industrial e crescimento limpo no Noroeste da Inglaterra.

 

Hidrogênio verde e eficiência energética foram pontos centrais da programação dos potiguares em Manchester, no Reino Unido, nesta terça-feira. A viagem continua até sábado

 

Missão

A Missão da FIERN e do SENAI-RN no Reino Unido começou em 28 de abril, com o embarque para o país europeu, e tem programação prevista até sábado, dia 6. 

 

O roteiro inclui visitas a centros de inovação, a instalações eólicas offshore, à infraestrutura portuária da região e participação na conferência “Offshore Wind Connections” – um dos principais e mais conhecidos eventos eólicos offshore britânicos. Além de Manchester, o grupo passará por Newcastle, Hull e Londres. 

 

O presidente da FIERN, Amaro Sales, é representado na viagem pelo diretor Roberto Serquiz. Empresas potiguares que atuam em segmentos como construção civil, montagem de torres eólicas, engenharia, telecomunicações, consultoria em meio ambiente, alimentos e bebidas, portos, logística, transporte e apoio marítimo, além de representantes do SENAI-RN, do Serviço Social da Indústria (SESI-RN), do Sebrae-RN e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) participam.

 

O objetivo é conferir, in loco, a operação de parques eólicos offshore – instalados no mar – prospectar oportunidades de negócios para o estado e mostrar o potencial brasileiro e o potiguar, na área, de olho em possíveis parcerias com empresas e instituições britânicas.

 

O Reino Unido é líder do setor eólico offshore na Europa e a expectativa é que a experiência do país seja uma das inspirações para os caminhos que o Brasil e o Rio Grande do Norte começam a trilhar nessa nova fronteira de investimentos no setor de energia. 

 

A Missão ocorre em um momento em que investimentos na área já são realidade na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos, e que, em território brasileiro, começam a despontar no horizonte também como oportunidades. Há, no Brasil, a intensificação de estudos e um processo de regulamentação em curso para início da implantação dos primeiros complexos eólicos no mar. Cerca de 74 empreendimentos previstos para a costa estão, atualmente, à espera de licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A maior parte da potência está concentrada no Nordeste.

 

O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis de energia, é enxergado como caminho estratégico do Brasil para transportar energia para outros países. Seria um possível meio de armazenamento de energias limpas para exportação e, ainda, possibilidade de insumo para uso em processos industriais, assim como uma nova opção de combustível em substituição gradual aos tradicionalmente utilizados, considerados poluentes.

 

SAIBA MAIS – Por dentro do roteiro

 

Fonte: Embaixada do Reino Unido

 

Manchester Fuel Cell Innovation Centre – A Grande Manchester se comprometeu a alcançar a Netzero – ou seja, a zerar as emissões líquidas de gases do efeito estufa – até 2038, e a produção local de hidrogênio verde tem um grande papel a desempenhar nessa ambição. O Manchester Fuel Cell Innovation Centre é o novo centro de tecnologia de £ 4 milhões que lidera o caminho no aproveitamento de energia renovável. O Centro está explorando a ciência pura da própria célula de combustível, impulsionando o envolvimento com a indústria em escala local, nacional e internacional. Ele reúne a mais recente tecnologia, acadêmicos líderes mundiais e profissionais da indústria para criar novos eletrolisadores e células de combustível limpas. Desde 2018, empresas podem testar suas tecnologias de células de combustível nos laboratórios de última geração localizados na Manchester Metropolitan University, que sedia o Centro. 

 

A Energy House 2.0, instalação de teste de desempenho energético na Universidade de Salford, em Manchester, foi um dos pontos visitados na cidade

 

Energy House 2.0 Project, na University of Salford – A Energy House 2.0 é uma instalação de teste de desempenho energético na Universidade de Salford, em Manchester. A equipe acadêmica e técnica da Energy House 2.0 está trabalhando com empresas na Grande Manchester para desenvolver tecnologias de baixo carbono para edifícios. Dentro da Energy House 2.0 existem câmaras ambientais capazes de acomodar casas isoladas e, sob condições controladas, recria uma ampla variedade de condições climáticas com temperaturas variando entre -20˚C a +40˚C e simulação de vento, chuva, neve e radiação solar.

Skip to content