Federação das Indústrias de Alagoas busca parceria com SENAI-RN para projetos de energias renováveis

16/03/2023   10h17

Comitiva da FIEA foi recebida por SENAI-RN e FIERN para conhecer projetos, principais áreas de atuação e laboratórios do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis

 

O SENAI do Rio Grande do Norte recebeu nesta quarta-feira (15) uma comitiva da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), para discussões sobre energias renováveis, hidrogênio e o desenvolvimento de potenciais parcerias na área.

 

O encontro foi realizado no Hub de Inovação e Tecnologia do SENAI, em Natal, complexo que sedia o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P,D&I) em energia eólica, solar e sustentabilidade – e os Centros de educação e tecnologias do SENAI na capital – entre eles, o CTGAS-ER, referência em formação profissional para as indústrias de energia e do gás, além de centro de excelência nacional para soluções de educação que estão em desenvolvimento, com a Alemanha, para o hidrogênio verde.

 

“A nossa expectativa é pegar mais subsídios e fazer parcerias com o SENAI do Rio Grande do Norte, para, primeiro, fazermos um Atlas solar, eólico e de biomassa para o estado de Alagoas, e levar conhecimento para o que já temos em desenvolvimento lá nessa área”, disse o primeiro vice-presidente da FIEA, José da Silva Nogueira Filho. 

 

No contexto atual, disse ele, há novas indústrias chegando ao estado, e o gás e a biomassa são fontes energéticas estratégicas para Alagoas. “O que nós estamos querendo é identificar todos os potenciais que existem para esse novo ambiente. Temos vocação para o turismo e um parque muito bom de usinas de açúcar e álcool, então esperamos potencializar tudo isso, criar novas frentes para o estado, para que tenhamos um hub de energia, para que sejamos um hub forte de energia”, acrescentou.

 

Tecnologias

Nogueira participou da visita com o também vice-presidente da FIEA e presidente do Sindicato das Indústrias de Energia do Estado de Alagoas (Sindenergia), Carlos Paiva, além do diretor de planejamento do Sindicato, que atua na área de energia da Federação, Alberon Toledo. “Nós viemos ver essas tecnologias que vocês já estão desenvolvendo, porque hoje, no Brasil, o SENAI que tem mais tecnologia na área de energia renovável é o do Rio Grande do Norte”, complementou José da Silva Nogueira Filho. 

 

Expectativa é transformar Alagoas em um “hub de energia”, disse 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do estado, a FIEA

 

Presente à reunião, o diretor 1º secretário da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Heyder Dantas, enfatizou que “o Rio Grande do Norte está na vanguarda do setor de energia, inclusive, no que diz respeito à tecnologia”, fazendo menção à atuação do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis.

 

O diretor de operações do SENAI-RN, Emerson Batista, observou, por sua vez, que a integração entre o Rio Grande do Norte e o estado de Alagoas “é natural e reflete o reconhecimento à qualidade do trabalho que o SENAI do Rio Grande do Norte tem desenvolvido com foco no setor de energia, por meio do ISI e do CTGAS-ER”.

 

Projetos

Pesquisadores/as do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis são pioneiros/as em estudos, com medições, sobre a energia eólica offshore (no mar), no Brasil. Também desenvolveram projetos como o novo Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte, em parceria com o governo do estado, e estão à frente de projetos como o mais abrangente mapeamento em desenvolvimento no Brasil para identificar o potencial de geração de energia eólica com turbinas implantadas no mar, em convênio com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

 

Esses e outros projetos, assim como o potencial energético do Brasil e do Rio Grande do Norte, foram apresentados ao grupo pelo coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros. 

 

O coordenador de P&D do ISI-ER, Antonio Medeiros, detalhou ao grupo os focos do Instituto em energia eólica, solar e sustentabilidade

 

No caso do Atlas Eólico e Solar, ele frisou que o trabalho “é o primeiro no Brasil a deixar uma herança de medição”, em alusão à presença de um conjunto de estações instaladas em campo que permitem atualização e análise constante dos dados. Em meio às estações estão uma torre de 170 metros, a maior existente no país, seis estações solarimétricas, e uma torre offshore, no Porto-Ilha de Areia Branca. 

 

“Investidores e outras pessoas interessadas podem entrar na base de dados que disponibilizamos online (no endereço http://atlaseolicosolarn.com.br/), ver os históricos de informações e outras ferramentas que podem auxiliar no dimensionamento de sistemas, por exemplo, e na tomada de decisões sobre investimentos”, disse Antonio Medeiros. 

 

Hidrogênio

Medeiros também detalhou o foco do ISI-ER no hidrogênio renovável. “O Brasil pode se tornar o maior fornecedor desse insumo para o mundo”, disse ele.

 

Pesquisadores do Instituto estudam e executam projetos envolvendo rotas alternativas de produção de hidrogênio – aquelas que não geram emissão de carbono no processo industrial – há mais de 10 anos. Em um dos projetos atuais, o hidrogênio é um dos insumos para a produção de combustível sustentável de aviação. Em outro, são mapeados aspectos como gargalos tecnológicos, potenciais de produção e mercado. “Temos uma equipe multidisciplinar atuando nisso”, disse o coordenador. Fazem parte da equipe profissionais de engenharia, geografia, geologia, estatística, meteorologia, química e cientistas da computação”.

 

Trabalhos na área incluem o desenvolvimento de pesquisas em produção e distribuição de hidrogênio renovável, além do desenvolvimento de modelos matemáticos para avaliações econômicas dos recursos e otimização da logística de produção e distribuição do produto.

 

Laboratórios de pesquisa na área de hidrogênio foram apresentados pelo pesquisador líder da área de Sustentabilidade do ISI-ER, Juan Ruiz

“Oásis”

O Rio Grande do Norte foi apresentado pelo coordenador como “um oásis de energia renovável”. Medeiros pontuou ainda que a FIERN elaborou estudo recente mostrando o impacto econômico dos parques eólicos nos municípios do estado. “São empreendimentos que trazem crescimento ao PIB (Produto Interno Bruto) e novas perspectivas para as comunidades”. 

 

Ele também lembrou que discussões promovidas dentro da Comissão Temática de Energias Renováveis (COERE), da FIERN, da qual o SENAI-RN faz parte, foram chave para outro setor: o da energia solar. 

 

“Em parceria com o SEBRAE, elaboramos uma trilha a ser seguida por pessoas jurídicas que querem instalar módulos fotovoltaicos nos negócios, deixando claro o papel de cada instituição envolvida, incluindo SEBRAE, SENAI, o Banco do Nordeste na área de financiamentos, as empresas integradoras, e a distribuidora de energia no estado, a Neoenergia Cosern”.

 

Amora Vieira, assessora de Mercado e Projetos do SENAI-RN, chamou a atenção, na reunião, para o crescimento de projetos de energia também na área de educação profissional. “Muita coisa chega através de pesquisa e inovação, mas a demanda não se restringe a esse campo”.

 

A pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do ISI-ER , Samira Azevedo, participou da visita técnica da FIEA, nesta quarta-feira

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