Resolução pode refrear o ritmo de instalação de painéis solares

24/09/2019   19h38

 

 

A mudança da Norma 482, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi um dos principais assuntos discutidos no Fórum Potiguar de Energias Renováveis, realizado nesta terça-feira (24), no hotel Holiday Inn. Especialistas de várias partes do país analisaram os impactos da alteração na resolução, prevista para vigorar a partir do próximo ano, e constataram que a atividade de adoção do sistema de energia solar fotovoltaica pode ficar menos atrativa para pequenos empreendedores e também consumidores domésticos. Técnicos e especialistas são unânimes: o tempo de retorno do investimento – também chamado de payback – vai aumentar.

 

 

“Esse aumento é prejudicial para o desenvolvimento e continuidade do ritmo de fortalecimento desse segmento”, argumenta Mateus Sales, que é consultor responsável pela área de desenvolvimento de usinas da Greener, uma das principais empresas brasileiras de pesquisa e consultoria especializada no setor de energia solar fotovoltaica e que atua há dez anos nesse setor. Ele estima que deverá haver um aumento de 24% no payback em casos de sistemas de geração local residencial, por exemplo.

 

 

Mateus Sales, no entanto, adianta que o aumento do payback não inviabiliza a operação de substituição da fonte energética, apenas deixa um pouco menos atrativa a geração local. “Não é um fato que inviabiliza para essas condições de sistemas de geração local residencial, mas traz uma diminuição no ritmo de implantações desses sistemas e torna um pouco menos atrativa a atividade para esses casos”.

 

 

O consultor alerta ainda que os impactos podem ser maiores para a geração remota, que utiliza mais a rede, já que as usinas solares poderão ser taxadas. A parte que hoje é crédito pode ser revertida para compor a parcela B, que funciona como uma compensação para a distribuidora pelos custos diretamente gerenciáveis pela concessionária. “Esse é um movimento que a gente crer que aconteça de fato, mas, para o cenário de crescimento em que vive o setor, talvez não seja o momento para a alteração”, diz Mateus Sales.

 

 

Ele acredita que o ideal seria equilibrar melhor o desenvolvimento do mercado solar fotovoltaico, que tem níveis díspares no país. Os três estados mais desenvolvidos nessa área no Brasil são Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul e, na visão de Mateus Sales, precisaria equilibrar melhor o mercado entre os demais estados.

 

 

O consultor participou, juntamente com a coordenadora do Macrossegmento Energia do Sebrae Nacional, Eliane Borges, do painel ‘Regulação para Geração Distribuída Solar Fotovoltaica’, durante o fórum. Na área solar, o evento também tratou das tendências e oportunidades para o segmento, assim como do financiamento para o setor e as Tecnologias Emergentes para Sistemas Fotovoltaicos. O evento é promovido pelo Sebrae, Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), Comissão de Energias Renováveis (Coere) com patrocínio do Banco do Nordeste e apoio de empresas parceiras.

 

 

Por Agência Sebrae de Notícias

 

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